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Maceió

Autoexame da mama não substitui mamografia, afirma oncologista

O câncer de mama é uma doença grave, mas que pode ser curada. Em uma fase inicial, quando os tumores são pequenos (menores do que 1 cm) e imperceptíveis ao toque, as chances de cura chegam a 95% dos casos. A afirmação é do cirurgião oncológico Aldo Barros que atua na Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho.

“O autoexame das mamas só permite encontrar nódulos com mais de 1 centímetro de tamanho. Já a mamografia pode detectar lesões tumorais ainda com poucos milímetros. É justamente por isso que o autoexame precisa ser acompanhado obrigatoriamente da mamografia.”, completa Aldo Barros.

Ele acrescentou ainda que entre uma mamografia e outra, as mulheres podem e devem realizar o autoexame, mas não podem substituir a consulta médica e o exame periódico. De acordo com cada caso, é possível utilizar a ultrassonografia como exame complementar.

Autoexame das mamas

Durante muito tempo, as campanhas de conscientização para o câncer de mama divulgaram a idéia de que o autoexame das mamas, baseado na palpação, era a melhor forma para detectá-lo precocemente. Mas o tempo passou, a medicina evoluiu e as recomendações mudaram.

O objetivo fundamental do autoexame é fazer com que a mulher conheça detalhadamente as suas mamas, o que facilita a percepção de quaisquer alterações, tais como pequenos nódulos nas mamas e axilas, saída de secreções pelos mamilos, mudança de cor da pele, retrações, etc. Deve ser realizado mensalmente por todas as mulheres a partir de 21 anos de idade, sete dias depois do início da menstruação, quando as mamas se apresentam mais flácidas e indolores. Após a menopausa, deve-se definir um dia do mês e realizar o exame sempre com intervalo de 30 dias.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) não estimula o autoexame das mamas como estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama.

Mamografia

A mamografia é um exame radiológico na qual a mama é comprimida entre duas placas de acrílico para melhor visualização. Em geral são feitas duas “chapas” de cada mama: uma de cima para baixo e a outra de lado. Apesar da compressão da mama ser um pouco desagradável para algumas mulheres, é importante lembrar que ela não é perigosa para a mama. A dose de radiação utilizada nos aparelhos modernos é também muito baixa, e não deve servir de empecilho para a realização do exame. O cirurgião lembrou também que a compressão da mama, que dura poucos minutos, pode gerar algum desconforto, mas que é discreto e suportável.

As mulheres acima de 40 anos devem realizar a mamografia regularmente, em intervalos anuais. Com a efetivação da Lei Federal nº 11.664/2008, em vigor a partir de 29 de abril de 2009, toda mulher brasileira tem direito a realizar pelo SUS sua mamografia anual.

“Agora se houver casos de câncer de mama na família, em mães, tias ou parentes próximos, é importante procurar o seu médico e realizar a mamografia antes dessa idade, a partir dos 35 anos”, alertou Aldo Barros.