Mais acometidos pela doença, os homens foram o foco do II Encontro Estadual de Diabetes, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) nesta terça-feira (6). O evento, que aconteceu, no auditório do Conselho Regional de Farmácia (CRF), foi destinado aos coordenadores municipais de Atenção Básica e também aos profissionais da área.
Segundo a gerente de Hipertensão e Diabetes do órgão, Ana Porto, o crescimento da enfermidade entre o sexo masculino se deve à resistência em ir ao médico. “Aproveitamos o Dia do Homem (17 de novembro), pois o diabetes tem aumentado especialmente nesse grupo, que adoece e morre mais pela falta de cuidado. Por isso, precisamos fazer um alerta”, explicou.
Em Alagoas, as internações de homens devido à doença aumentaram de 5,38% para 9,81% no período de 2008 a 2011. Visando reduzir esse quadro, o seminário teve como objetivo sensibilizar para a prevenção. A ideia é disseminar informações e ferramentas para a implementação de estratégias eficazes e políticas de prevenção e de gestão do cuidado adequado.
Nesse sentido, foram discutidos a Situação de Saúde no Estado, com o diretor de Análise de Situação de Saúde da Sesau, Herbert Charles, e o programa Hiperdia, com Ana Porto. A iniciativa prevê o cadastramento e o acompanhamento de diabéticos em todas as unidades ambulatoriais, garantindo o recebimento dos medicamentos prescritos.
Além disso, a programação contou ainda com as palestras Saúde do Homem, ministrada pelo geriatra e gerente da área de Saúde do Homem da Diretoria de Atenção Básica (DAB) da secretaria, Marcos Martins, e Assistência Farmacêutica ao Diabetes e Hipertensão, com o diretor de Assistência Farmacêutica do órgão, Fábio Pacheco.
Outro tópico abordado no evento foi o ‘pé diabético’, tema da exposição do médico e professor Guilherme Pitta. O termo refere-se a uma série de alterações que pode atingir não só os pés, mas também os tornozelos dos portadores da enfermidade, provocando perda da sensibilidade, úlceras, deformidades, infecções, amputações e até problemas vasculares periféricos.
“O pé diabético é um agravo importante, pois mais de 50% dos pacientes acabam tendo que ser amputados. E, em cerca de 30% dos casos, isso pode levar à morte”, destacou Ana Porto. “Isso pode ser evitado. Só no ano passado, foram realizadas 42 mil amputações pelo SUS no Brasil, gerando um custo muito maior que o que seria gasto com cuidado”, acrescentou Guilherme Pitta.
Parceria – A gerente de Hipertensão e Diabetes da Sesau lembrou ainda a importância da parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes visando realizar atividades conjuntas. O convênio foi discutido com o secretário da Saúde, Alexandre Toledo, e é voltado para a formação de recursos humanos, educação permanente e desenvolvimento de ações de atenção ao diabetes.
“Isso será muito bom, pois vai possibilitar a capacitação dos profissionais para o manejo da doença. Com a parceria, poderemos descentralizar essas atividades, chegando aos profissionais in loco, nas suas próprias cidades”, expôs Ana Porto.
