Advogado afirmou que a prisão do ?Porradão? foi baseada em uma testemunha esquizofrênica
Carlos Welber, 33 anos, agente da Polícia Civil alagoana, cumpriu prisão temporária sob a acusação de ter participado da morte do adolescente Daniel de Araújo Santos, 17 anos, crime registrado do mês de março (ler matéria relacionada). Após ganhar a liberdade, seu advogado Welton Roberto, concedeu entrevista nesta segunda-feira (25), ao programa Lance Livre da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br), com o intuído de rebater as acusações.
Segundo o criminalista, a prisão do seu cliente foi baseada em depoimentos de um jovem portador de distúrbios mentais, esquizofrênico. Anderson Silva Santos, conhecido por ‘Espinha’, foi considerado pela Justiça alagoana incapaz de exercer qualquer ato da vida civil. O jovem foi interditado oficialmente no dia 07 de junho de 2013, durante audiência na 1ª Vara Cível e da Infância e Juventude, na presença do juiz de Direito, Sérgio Roberto da Silva Carvalho.
Com base também no documento expedido pela Comarca de Penedo, o advogado afirmou que seu cliente foi injustiçado e pretende mover uma ação contra o Estado, por responsabilidade, através do secretário de Estado da Defesa Social (Seds), Dário César e dos delegados envolvidos na investigação.
“A meu cliente foi preso injustamente, em razão precipitação, ou mesmo por incompetência da Polícia Civil. Acreditaram nas palavras de uma pessoa interditada pela Justiça, sem fazer qualquer investigação preliminar, para saber se estas invenções feitas por este lunático eram verdadeiras. Simplesmente saiu prendendo as pessoas. Dando credibilidade a uma pessoa que é interditada, como louco. Conseguimos mostrar ao Tribunal de Justiça que não existe qualquer elemento o envolvendo com tráfico de drogas, caso Roberta ou Daniel”, disse o advogado criminalista Welton Roberto.
Ação de responsabilidade
De acordo com o advogado, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) foi incompetente ao fabricar suspeitos e, que ainda vai entrar com uma ação de responsabilidade contra o Estado. “Eles fabricaram suspeitos. Nós demostramos junto ao Tribunal de Justiça (TJ) quando pedimos que a polícia apresentasse uma única prova dos fatos que foram narrados pelo lunático. Inclusive, incompetência da Defesa Social e dos delegados à frente do caso, sequer sabiam que esse cidadão conhecido por Anderson Espinha tinha sido interditado pela Justiça (sic)”, criticou Welton Roberto.
O criminalista que defende o policial civil Carlos Welber, 33 anos, concluiu afirmando que vai entrar com uma ação contra o Estado: “Vamos aguardar se o Ministério Público (MP) vai apresentar alguma denúncia contra ele. Já temos todos os elementos de prova da inocência de Carlos Welber, também conhecido por ‘Porradão’. Inclusive, vamos entrar com uma ação de responsabilidade contra o Estado, de indenização, responsabilizando o secretário de Estado da Defesa Social, Dário César, os delegados envolvidos e o próprio Poder Judiciário, através do juiz da 17ª Vara”.
Outro lado
Na tentativa de ouvir a versão do Estado, entramos em contato com a assessoria do secretário Dário César, (82)_ _ _ _ 9361 e _ _ _ _ 3843. A jornalista ficou de dar uma resposta sobre o caso. Porém, até o fechamento desta matéria, a ligação não foi retornada.
Também entramos em contato com o delegado Cícero Lima, pelo (82) _ _ _ _ 8904. Durante a manhã, o delegado atendeu e contou que estava em um depoimento, nos mandou que retornássemos a ligação à tarde. Tentamos contato novamente e a ligação não mais foi atendida.
