Doença é a segunda que mais mata mulheres no mundo; prevenção atinge meninas entre 09 e 11 anos
A doença é uma das maiores causadoras do câncer do colo de útero. O papiloma vírus humano (HPV) atinge tanto homem, quanto mulheres. Os números são altos em Alagoas, só em 2013, foram 265 mulheres tratadas com a doença que preocupa estudiosos devido o HPV ser transmitido pela relação sexual. No mundo, segundo dados oficiais, 270 mil mulheres morreram no mesmo ano, vítimas da doença. Os números de 2014 serão divulgados só no final do 2015.
Como forma de prevenir a doença, o governar federal através do Ministério da Saúde começou a imunizar meninas em 2014 na faixa etária entre 11 a 13 anos. Em 2015, a prevenção caiu para meninas em idade entre 09 e 11 anos. No município de Penedo, a campanha iniciou oficialmente no dia 23.
E para falar desta importante iniciativa e tirar dúvidas dos pais e, ou responsáveis, a diretora de Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde de Penedo, Alessandra Costa Tenório, concedeu entrevista nesta terça-feira (24), ao Programa Lance Livre da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br).
Entre os pontos destacados pela enfermeira, foi que os pais não devem impedir que as meninas sejam vacinadas, e ainda, não devem se preocupar porque não existe contra indicação para o medicamento. Devendo apenas ficar de fora, quem estiver grávida.
“O maior objetivo da campanha é a prevenção. Nesta no, o Ministério da Saúde (MS) mudou a faixa etária para meninas entre 09 e 11 anos. A cobertura estabelecida pelo MS é de 80% para Penedo. Nos postos já iniciaram desde o dia 23. E as visitas nas escolas vão começar no próximo dia 30”, disse a diretora.
No ano passado, a primeira dose da vacina no município atingiu números satisfatórios, mas a segunda, não chegou nem a 60%.
“Em 2014, conseguimos atingir a cobertura vacinal da primeira dose. Já na segunda, não chegamos nem a 60%. Isso se deu porque no sul do Brasil algumas meninas tiveram reação e estes casos foram noticiados pela imprensa. Porém, o Ministério da Saúde estudou as ocorrências e emitiu uma nota técnica afirmando que não foi reação à vacina, mas sim, nervosismo e falta de alimentação. Com isso, os pais ficaram com medo de imunizar suas filhas e muitas meninas não ficaram de fora em Penedo. A prevenção só é completa com as duas doses da vacina. Com relação à contra indicação, apenas meninas que estejam grávidas devem ficar de fora”, explicou Alessandra Tenório.
Câncer e vida sexual = falta de conhecimento
A diretora alerta que a vacina não é para de forma alguma contribuir, iniciar a vida sexual da adolescente. Mas sim, para combater um tipo de câncer que pode ocorrer no futuro.
“De forma alguma a vacina quer estimular a visa sexual das meninas. O investimento do governo federal é alto. As doses custam em torno de R$ 1 mil para imunizar apenas uma menina. A vacina é contra quatro tipos de vírus causadores de HPV, que é a segunda doença no mundo que mais mata mulheres, causadora do câncer do colo de útero. Então, levem suas filhas até o posto de saúde mais próximo, ou então, deixem que sejam imunizadas nas escolas. Os pais que não deixarem, deverão assinar um documento atestando que não quer que sua filha seja vacinada. A prevenção hoje, pode salvar sua filha amanhã contra um tipo de câncer”, concluiu a diretora de Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde de Penedo, Alessandra Costa Tenório.
A doença
O HPV é considerado um condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos podem infectar o trato anogenital. Nem todos esses casos levam a uma doença cancerígena. Contudo, a maioria deles, ou seja, 70% dos casos, desenvolvem HPV de alto risco oncogênico.
Como a principal forma de transmissão do vírus do HPV é pela via sexual, o contágio pode acontecer e, nem sempre ou de forma tardia, a pessoa pode apresentar sintomas. Quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do HPV, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.
Em homens e mulheres os sintomas aparecem de forma diferenciada. A verruga (que é a forma mais visível de suspeita da doença) pode aparecer de tamanhos variados. No homem, é mais comum na glande do pênis e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns do HPV surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões do HPV também podem aparecer na boca e na garganta. Quando o paciente suspeitar de algum desses sinais como sendo por infecção do HPV, é recomendável procurar imediatamente um profissional de saúde, para a confirmação da suspeita e o início do tratamento adequado e imediato, afinal, o risco de câncer na maioria dos casos é alto.
