Técnicos administrativos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), unidade Penedo, realizaram na manhã desta terça-feira, 21, uma manifestação pelas ruas da cidade ribeirinha. O ato contou com a participação de técnicos vindos de Arapiraca, Viçosa, Palmeira dos Índios e Delmiro Gouveia, que reivindicam uma política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e a incorporação das gratificações que correspondem a cerca de 30% do salário bruto dos profissionais.
De acordo com o técnico administrativo Moisés Ferreira, que conversou com o repórter Luiz Carlos Oliveira da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br), pela primeira vez na história do movimento sindical, a greve da categoria que acontece em todo o Brasil, não é por questões salariais e sim para manter a dignidade dos técnicos administrativos da Ufal, bem como de todas as universidades federais brasileiras.
“Para vocês terem uma idéia, no início do ano o Governo Federal retirou 50 bilhões de reais do orçamento e agora, para fechar a aprovação e a discussão desse orçamento, o Governo manda uma mensagem para o Congresso retirando aqueles recursos federais que asseguram o mestrado, o doutorado, e a realização do concurso público na carreira dos técnicos administrativos das universidades brasileiras. Então é isso que está causando a greve”, destacou o técnico Moisés Ferreira.
Governo prometeu e até agora nada foi feito de concreto
Ainda segundo o técnico Moisés Ferreira, o Governo Federal ainda não se pronunciou sobre o assunto. Segundo ele, desde o mês de fevereiro, onde foi realizada uma marcha em Brasília com cerca de 10 mil técnicos administrativos de todo o Brasil, que o Governo fez a promessa de sentar com os servidores para em uma mesa de negociação discutir as reivindicações da categoria, no entanto, as discussões não saíram do papel.
“Antes do carnaval fizemos uma marcha a Brasília com aproximadamente 10 mil servidores e o governo ficou ‘não agente vai sentar, vamos para uma mesa de negociação’, convida o movimento sindical, a gente senta e a quatro ou cinco meses que eles só reúnem, propõe que a gente tenha paciência, que o orçamento tá difícil e concretamente não apresentam nada” complementou o servidor.
Greve pode prejudicar início do segundo semestre
Conforme informou o técnico Moisés Ferreira, a greve no setor administrativo da Universidade Federal de Alagoas e nas demais universidades do Brasil estão suspensos por tempo indeterminado. Caso o Governo Federal e os técnicos administrativos das universidades federais do país não entrem em consenso, o início do segundo semestre pode ser prejudicado, uma vez que as atividades dos técnicos são as que asseguram o andamento da universidade como a questão de matrículas, encaminhamento das notas, uso da biblioteca e produção científica entre outras atividades.
“A greve será mantida até o Governo acenar. A princípio é por tempo indeterminado. Ontem mesmo o Governo sinalizou com a possibilidade de a gente retornar o trabalho para ele poder dialogar conosco, alegando que não negociaria com a categoria em greve, mas infelizmente a gente está a seis meses querendo dialogar com eles e eles não apresentam nada de concreto. É por tempo indeterminado e agente espera que o início do período que está marcado pelo calendário para o segundo semestre de julho possa acontecer, porque no andamento que as coisas estão, possivelmente não iniciará o segundo semestre”, desabafou Moisés Ferreira.