Com 55 anos de experiência, J. Passos iniciou nas ondas do rádio aos 14
Eles são chamados de dinossauros, não com sentido pejorativo. Mas sim, porque iniciaram na comunicação radiofônica em um período difícil, com poucos recursos e tecnologicamente inferior aos dias atuais. E claro, diante do vasto conhecimento, experiência adquirida em anos de luta.
Várias são as histórias da imprensa falada em Alagoas. Eles são do tempo que o rádio funcionava a válvula e o botão de sintonia tinha como engrenagem um cordão. Buscando mostrar aos alunos de comunicação o universo histórico deste meio, o Centro de Comunicação Social (COS) da Universidade Federal de Alagoas reuniu quatro medalhões da terra: Floaracy Cavalcante (Rádio Pajuçara), Fernando Palmeira (Gazeta AM), Antônio Torres (Rádio Pajuçara) e José Luís Passos (AM São Francisco).
Ao lado desta seleção de ouro, um penedense também esteve presente. Aos 69 anos, José Luiz Passos, ou apenas J. Passos, contou várias histórias e repartiu um pouco do conhecimento adquirido durante 55 anos de profissão, com passagem por todas as rádios de Penedo, além da Progresso e Gazeta na capital. E ainda, com uma contribuição significativa na montagem da Novo Nordeste de Arapiraca.
Ainda emocionando pelo convite para dividir um pouco do conhecimento, o radialista penedense por muitas vezes a frente do microfone, hoje foi o entrevistado, fonte da notícia, durante o Programa Lance Livre da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br).
“Foram quatro palestrantes convidados para falar da história do rádio e no sorteio, fui escolhido para abrir os debates. Pontuei datas históricas, para prender a atenção de todos. Fiz uma passagem pela história do Brasil, alagoana e penedense. Falei de tudo um pouco, das dificuldades, das pautas de transmissão, do futebol ao velório. Hoje tudo é mais fácil, com a ajuda da internet, da telefonia. Imagine fazer uma transmissão de uma partida de futebol em Penedo, sendo que a equipe da Rádio Difusora de Maceió tinha que chegar à cidade com um dia de antecedência, para comprar caibros e montar uma torre, improviso só. Quanta mudança para os dias atuais. Até sinais de telefonia dos outros no passado usávamos, ‘gato’, sem o proprietário da linha saber. Fazíamos de tudo para deixar o nosso ouvinte bem informado, principalmente na transmissão futebolística [risos]”, contou sorridente J. Passos.
O dinossauro penedense resumiu sua alegria pelo convite com a frase: “Homenagem justa é em vida. Depois da morte, o homenageado não sabe o que está acontecendo”. José Luiz Passos, 69 anos, dos quais, 55 dedicados ao rádio, com o seu vasto conhecimento, foi convidado na ocasião para ser colaborador com histórias da radiofonia alagoana no livro que o professor da Universidade Federal de Alagoas, Ricardo Moresi, deve escrever.
