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Política

Áudio: Prefeitura de Piaçabuçu é prejudicada por ?herança maldita?

Dalmo Santana Júnior falou sobre "herança maldita" na Penedo FM

Os problemas deixados pela gestão de Djalma Beltrão (2005/2008) na prefeitura de Piaçabuçu emperram administração do município ribeirinho. As justificativas foram apresentadas nesta segunda-feira, 02 de abril, pelo atual prefeito, Dalmo Santana Júnior, durante entrevista ao programa Lance Livre (Penedo FM/97,3 MHZ e www.penedofm.com.br) , emissora líder em audiência na região do Baixo São Francisco.

“A gente está trabalhando para colocar a gestão nos parâmetros da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Foram mais de 4 milhões de débitos com o INSS, mais de dois milhões e meio de débito de FGTS, mais de um milhão com a Ceal, mais de três milhões de débitos trabalhistas”, citou Dalmo Júnior sobre as dívidas parceladas que tem sido obrigado a pagar e que colocam o município em posição negativa quanto a sua gestão fiscal.

Por conta desses débitos, mais de 60% do orçamento da prefeitura é usado para pagar a folha de pagamento dos funcionários. O percentual que ultrapassa o limite da LRF impede ainda a contratação de novos servidores. “Precisamos de pessoal na saúde, educação, limpeza pública”, afirmou o entrevistado, afirmando ainda que o seu antecessor tem bens bloqueados por conta de processos movidos na justiça.

Dalmo Júnior falou ainda sobre irregularidades cometidas por Djalma Beltrão a respeito da instalação de uma fábrica de beneficiamento de coco. O investimento que obteve, de acordo com o atual prefeito, mais de R$ 500 mil da União e R$ 150 mil retirados dos cofres do município nunca saiu do papel.

“Esse dinheiro era para ter sido gasto com maquinário e equipamento”, declarou Dalmo Júnior, denunciando a ausência de documentos sobre o projeto na prefeitura. Na tentativa de concretizar a obra que pode gerar cerca de 40 empregos diretos e outros benefícios, o prefeito disse que tenta alavancar o projeto por meio da associação de produtores de coco.

PONTAL DO PEBA

A ação dos órgãos ambientais, especialmente do Ibama, no Pontal do Peba e povoados de Piaçabuçu, também foi discutida durante a entrevista. “Nós fizemos várias ações junto ao Ibama, ao ICM/Bio, ao governo estadual, mas eu acho que chegamos ao ponto de ou a gente se junta para fazer investimento ou o Pontal do Peba vai parar”, declarou Dalmo Júnior.

Ele ressaltou que o município já fez sua parte, com a doação do terreno para a construção de uma unidade para beneficiamento de pescado – extensão do projeto CIPAR em Piaçabuçu – projeto do governo federal que ainda não se concretizou por conta da burocracia e das demandas políticas.

Durante visita recente ao atual Ministro da Pesca, o pastor Marcelo Crivella, o prefeito declarou ter retornado “alegre e esperançoso” com a garantia do ministro sobre a disponibilização de verba para resolver em definitivo os problemas sociais provocados na comunidade litorânea por conta da atuação do Ibama que voltou a aplicar multas exorbitantes contra meios de hospedagem e de alimentação situados no Peba e povoados ribeirinhos.

“Piaçabuçu fica dentro de uma APA e também de uma APP, mas existe também uma população dentro disso aí. È preciso olhar o lado social, não só o lado ambiental, precisamos chegar num consenso”, argumentou Dalmo Santana Júnior.

FALTA DE ÁGUA

Sobre a recorrente falta de água no município, “o grande calo da população de Piaçabuçu”, Dalmo Júnior disse que cobra melhorias por parte do governo estadual e ressaltou a realização de investimentos pela Casal na questão do fornecimento, principalmente para o bairro Paciência. Contudo, a quebra de equipamentos mostra que a gestão por parte da Casal precisa ser melhorada.

TERMINAL TURÍSTICO

Outro assunto abordado foi a mudança de uso do prédio do Mercado Público de Piaçabuçu, espaço utilizado para comércio de pescado e alimentos em processo de adequação para a instalação de um receptivo turístico. “É preciso ter um local para acolher o turista para que ele usufrua do nosso turismo e deixe dividendos”, explicou Dalmo Júnior, acresctando que o local só é utilizado plenamente nos dias de feira (sextas e sábados), sendo um ponto negativo para a cidade nos demais dias da semana.

O novo local para o trabalho dos comerciantes está situado nas imediações da Praça Genildo Capitulino, a popular Praça dos Gigabites, projeto pronto para atender toda a feira, segundo o gestor municipal que tenta ser reeleito, como afirmou durante a entrevista.

PARTICIPAÇÃO DOS OUVINTES

O prefeito Dalmo Santana Júnior também atendeu os ouvintes que aproveitaram a entrevista na emissora de maior audiência da região do Baixo São Francisco e Litoral Sul alagoano para tirar dúvidas.