Toda a área do anfiteatro apresenta rachaduras e no momento está sendo sustentada por toras de madeira
Ofícios, fotografias e relatórios. Vários documentos enviados desde 2012, ao escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Maceió. Todos cobrando uma posição a respeito do anfiteatro do prédio que abriga a Casa da Amizade, na Praça Marechal Deodoro, em Penedo. O local recuperado por completo, há cerca de três anos, começou a apresentar rachaduras na área aberta, que passaram para o terraço e, até o momento, as obras de restauro não iniciarão.
Cansados de cobrar e não receber uma posição, a presidenta da entidade, Francisca Lessa, usou os microfones da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br), para falar do assunto. Segundo ela, no dia da entrega do prédio, alguns problemas foram detectados pelo IPHAN. “Desde o dia da inauguração que alguns problemas foram apontados pelo órgão. As escadas estão desconformes com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), não possuem corrimão, o anfiteatro começou a surgir rachaduras. Então, comunicamos que devido o período chuvoso, o problema iria se agravar. O engenheiro Walmir Lessa também fez um relatório que foi enviado ao IPHAN”, contou Francisca Lessa.
As rachaduras que tomaram conta de todo o anfiteatro se agravaram com as chuvas. O piso cedeu devido à infiltração das águas. Ainda de acordo com a presidenta de entidade, começou danificar a casa vizinha. Como medida paliativa para impedir que a estrutura do espaço desabe, toda ela foi escorada por toras de madeira.
“O prédio ainda não está sendo prejudicado. Até o momento. Agora, as infiltrações começaram a prejudicar a casa vizinha. Diante disso, não podemos realizar evento nenhum no espaço destinado para tal. O local foi escorado com toras de madeira e ainda colocaram uma lona para impedir a infiltração da água. Porém, o resultado foi o acumulo de água das chuvas. Resolvemos tirar a proteção para não virar um criadouro de mosquito da dengue”, observou.
Francisca Lessa ainda acrescentou que existem infiltrações nas paredes do prédio. “Algumas paredes do casarão também estão úmidas devido a infiltrações. Outro problema foi com cupim, que já mandamos dedetizar. Espero que essas dificuldades sejam solucionadas, que não venham no futuro a danificar a estrutura do casarão”, concluiu a presidenta da Casa da Amizade, Francisca Lessa.
Empresa responsável pela obra faliu e representantes não são encontrados
Em contato com o arquiteto e técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPAHN), Sandro Gama, nos foi passado que a obra ainda está em período de garantia. Porém, a empresa responsável pela reforma faliu e não se consegue encontrar representantes. “A obra ainda está no período de garantia. Já notificamos a empresa por inúmeras vezes. Porém, sem êxito. A construtora deve ter falido, por isso não encontramos representantes”, explicou Sandro Gama.
Ainda segundo ele, os recursos para a reforma estão sendo descentralizados pelo órgão para que outra empresa restaure a área danificada. “Não podemos esperar, diante do problema detectado colocamos o serviço no nosso planejamento, para outra empresa executar. Depois iremos cobrar judicialmente da construtora responsável pela primeira reforma”, garantiu o arquiteto.
Inspeção realizada por um engenheiro
Toda a área do anfiteatro apresenta rachaduras e no momento está sendo sustentada por toras de madeira, o que segundo o técnico do IPHAN, um engenheiro vistoriou o local e atestou que o problema não oferece riscos a estrutura do prédio. “Um engenheiro do órgão já vistoriou toda a área. Em seu relatório, ele garantiu que as rachaduras não oferecem riscos à estrutura física do casarão. Nem tão pouco, as duas residências vizinhas ao sobrado”, concluiu o arquiteto e técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPAHN), Sandro Gama.
