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Penedo

Áudio: Posseiros despejados em Penedo aguardam doação de terrenos

Rosa Catum e Marizete Correia fizeram apelo ao prefeito de Penedo através da Penedo FM

Passados cinco meses da desocupação de áreas do Aeroporto Freitas Melro, localizado em Penedo, os posseiros que ocupavam os terrenos continuam à espera dos espaços que foram prometidos no ato da desapropriação determinada pela Justiça Federal. A angústia de quem espera por um 'chão' foi revelada nesta sexta-feira, 21, durante o programa Lance Livre (Rádio Penedo FM/97,3 Mhz e www.penedofm.com.br).

Uma das entrevistadas pelo repórter Luiz Carlos Oliveira foi a senhora Rosa Catum, chefe de uma família que morou durante 25 anos em terras do aeroporto de Penedo. Ela apelou ao prefeito Israel Saldanha (DEM) para que algo fosse feito pelas famílias que continuam sem os lotes que foram prometidos durante a negociação que resultou na saída dos posseiros e na demolição de todas as casas construídas irregularmente.

Material retirado dos escombros sumiram, segundo Rosa Carum

Além do pedido, Rosa Catum fez uma denúncia. Ela disse que as telhas e a madeira retiradas das casas de sua família, material recolhido por um caminhão alugado pela prefeitura e conduzido para um galpão da Secretaria de Obras do município, desapareceram. Sobre o restante do material que poderia ser reaproveitado das casas demolidas, Rosa Catum declarou que foi encaminhado para casas de pessoas conhecidas de sua família.

Outra entrevistada foi a senhora Marizete Correia de Lima, 46 anos de idade e 13 de convivência com o agricultor Evódio Barbosa de Oliveira nas terras do aeroporto. Além do drama da perda da moradia e das roças que garantiam o sustento da família, Marizete ficou viúva antes de um completar um mês do cumprimento da ordem da desocupação. Doente e angustiado com a situação, 'seu' Barbosa faleceu em 05 de outubro.

Desde que foram obrigados a sair de casa, Marizete e os seus cinco filhos moram em uma casa alugada, situação que tem se agravado a cada dia porque a dona do imóvel ocupado por ela já pediu que a família deixe a residência. O aluguel está atrasado e o que ficou de recursos para suprir suas necessidades das seis pessoas foi uma pensão do marido.

“Peço que o prefeito se manifeste e compre esta casa que eu atualmente ocupo. A proprietária já me disse que vende o imóvel e dará preferência de compra a mim, no entanto, eu não tenho condições de adquirir esta casa. Por favor prefeito se manifeste” apelou dona Marizete durante a entrevista.

Aguardando o término do recesso legislativo

Procurado pela reportagem do aquiacontece.com.br, o prefeito Israel Saldanha (DEM) disse que o processo de doação dos terrenos para as famílias está em andamento, mas tudo está sendo resolvido dentro do trâmite legal e nenhuma etapa pode ser pulada. Ainda de acordo com o prefeito, os terrenos doados estão localizados numa área do Bairro Raimundo Marinho, popular 'Cidade do Povo', próximo ao local onde 82 novas unidades habitacionais estão sendo construídas.

“Temos que esperar a volta do recesso legislativo para que os vereadores possam analisar o projeto de doação dos lotes às famílias. Infelizmente não podemos fazer a doação sem o devido embasamento legal”, declarou Israel Saldanha que alegou ainda desconhecer se houve ou não desaparecimento do material de construção alegado por Rosa Catum.