
Família registrou surto de violência de Rosineide Otília, que aparece sentada na cadeira ao fundo
Uma família de baixa renda que reside em Penedo vive em permanente estado de alerta. A falta de sossego na casa situada no bairro Nossa Senhora de Fátima, antigo Coréia, é resultado dos surtos de agressividade de Rosineide Otília de Jesus Batista, portadora de distúrbios mentais, problema que se agravou nos últimos quatro anos denunciado nesta terça-feira, 15, durante o programa Lance Livre (Rádio Penedo FM/97,3 Mhz).
De acordo com Marizete Otília de Jesus, mãe da paciente de 21 anos, a situação chegou ao ponto de a família amarrar Rosineide a uma cadeira para evitar novos episódios de constrangimento. “A bichinha é por noite e dia amarrada. Se vai para a Emergência (Unidade de), o pessoal diz que quem tem que atender é o pessoal do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), se a gente procura o Caps, mandam levar para a Emergência”, afirmou a mãe angustiada ao repórter Luiz Carlos.
Mãe pede internamento para Rosineide
“Ela já quebrou três televisões daqui de casa, essa aí é do meu genro”, disse a dona da casa à reportagem do Aqui Acontece. Emocionalmente abalada, Marizete Otília disse que sobrevive do benefício previdenciário concedido para a filha e reclama a falta de assistência médica especializada. Ela pede para que a filha receba tratamento integral, em uma unidade de internamento, encaminhamento adiado porque a família optou primeiro por uma cirurgia de laqueadura das trompas de Rosineide, procedimento que impedirá novas gestações da paciente.
Basta um descuido na vigilância sobre Rosineide, que alterna momentos de calma e fúria, para que ela suma. No último final de semana, ela pulou a cerca da casa e foi parar numa festa de rua. As escapadas mobilizam irmãos e irmãs na procura pela jovem mãe de três filhos, uma menina de apenas 5 meses, a mais velha com 6 anos e um garoto de 4 anos que ainda não desenvolveu a fala. “Semana passada foi encontrar ela lá na Santa Cruz (rua), sentada numa praça, chorando, com um prato de comida. Se o pessoal não souber agir com a minha filha, ela fica agressiva, invade a casa, quebra as coisas”, disse Marizete Otília.
Família vai recorrer ao Ministério Público
Quando ocorrem os surtos de violência, a família alega que não procura mais socorro do SAMU, PM ou Bombeiros. “O pessoal do Samu diz que ela pode quebrar o carro ou agredir a equipe”, comenta Marizalva de Jesus, irmão de Rosineide. Os casos de agressão ultrapassam os limites da casa de Marizete, com vários episódios envolvendo vizinhos e ruas próximas. Em algumas ocasiões, a paciente também é agredida. A família já foi orientada a procurar o Ministério Público Estadual, instância que a mãe da paciente promete recorrer.