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Áudio: “O que vocês estão vendo na TV não é metade do que está acontecendo”

Imagem da destruição em Nova Fribrugo feita por Bruno Moura

“A situação aqui em Friburgo é uma das piores. O que vocês estão acompanhando na TV não é metade do que está vendo”. Foi dessa forma que o comerciário Bruno dos Santos Moura, 23 anos, nascido em Penedo e atualmente residindo em Nova Friburgo classificou a situação na cidade mais atingida pela tragédia registrada na região serrana do Rio de Janeiro.

Morando desde janeiro de 2005 em Nova Friburgo e há cinco trabalhando como vendedor de moda íntima, Bruno Moura concedeu entrevista à Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br) nesta segunda-feira, 17. Por telefone, o jovem penedense disse que muitos corpos continuam soterrados na cidade porque as equipes de resgate ainda não conseguiram chegar em todos os bairros de Friburgo, cerca de 20 localidades ainda sem acesso.

População tenta deixar Nova Friburgo

“A situação está muito difícil, acho que 70% da cidade foi destruída. A gente está sem telefonia, só agora retornando aos poucos, sem energia e sem internet. Desde quarta-feira (12), o comércio também não funciona, a cidade está como uma ilha, sem acesso, todo mundo querendo deixar a cidade porque há possibilidade de novos deslizamentos por causa das chuvas”, disse Bruno durante a entrevista.

Arquivo pessoal“A gente está vivendo esse clima, mas Graça a Deus o bairro onde eu moro foi pouco afetado, mas tem bairros que não sobrou uma casa”, relatou Bruno que tem atuado como voluntário na separação de donativos recolhidos pela Defesa Civil. Ele disse que o trabalho no local é acompanhado por policiais para evitar furtos de comida e água por pessoas que estão sem trabalho. “É muito triste a gente ver isso, nunca pensei que Friburgo fosse chegar a essa situação”, lamentou Bruno Moura.

A redação do aquiacontece.com.br publicou no último sábado, em primeira mão, o primeiro relato de um alagoano que reside na região serrana do Rio de Janeiro (confira notícia relacionada abaixo, com fotos enviadas pela fonte). Pelo msn, Bruno conversou com Fellype Barreto e hoje atualizou as informações, acrescentando que voltaria a trabalhar nesta segunda-feira, 17. Na primeira entrevista, ele disse que alguns itens de necessidade básica – como água mineral – estavam sendo vendidos acima do preço, situação que foi normalizada graças à repressão policial.