Um assassinato cometido por apenas R$ 50 e que não desperta arrependimento ao autor. As revelações acerca da morte de Genivalda dos Santos Rodrigues, 32 anos, foram declaradas por José Souza Filho, 21 anos, réu confesso do crime ocorrido em Igreja Nova em junho do ano passado, à Rádio Penedo FM nesta terça-feira, 17, um dia após sua prisão e mais três envolvidos – inclusive o mandante – na execução praticada com requintes de crueldade.
“A gente estava bebendo na festa, aí ele (Guinaldo) me chamou, ‘vamos ali matar uma pessoa que eu te dou R$ 50’, aí eu fui pro campo, no campo não deu certo (havia muita gente no local) depois eu fui pro canto onde ela morreu. Aí ele disse ‘fique aí que eu venho já’, eu matei, saí, ele não voltou mais e depois ele disse que ia dar parte de mim”, contou Souza sobre o homicídio que teria sido encomendado por José Ednaldo dos Santos, popular Guinaldo, 21 anos, ex-amante da vítima, reafirmando a acusação que consta em seu depoimento à Polícia Civil.
Serm remorso
“Eu só me lembro de seis facadas que eu dei”, relatou Souza com frieza sobre os golpes desferidos por ordem de Guinaldo, que acompanhava a execução de Genivalda. José Remilson Barros dos Santos, vulgo Galego, 40 anos, também foi preso por ter ajudado a segurar a vítima durante o crime, participação informada por José Souza que disse ter recebido a quantia prometida por Guinaldo no dia seguinte ao crime, através de um irmão.
Com o dinheiro em mãos, Souza diz que se escondeu em Aracaju, retornando à Igreja Nova recentemente para trabalhar no matadouro com o pai. Durante a entrevista, o assassino disse que não está arrependido do ato criminoso, apesar de sequer conhecer a vítima e não ter motivos para cometer o assassinato, declaração que causou surpresa até no experiente delegado regional Rubem Natário.
Crime absurdo
“A gente não sabe explicar o que leva uma pessoa a cometer um crime absurdo desses contra uma pessoa que não lhe fez nada”, comentou o delegado Rubem Natário, responsável pelo inquérito policial que resultou ainda na prisão de José Givanildo dos Santos Júnior, 19 anos, que ouviu a conversa que resultou na morte de Genivalda e omitiu informações à polícia.
Quando assumiu a delegacia regional de Penedo, o delegado Rubem Natário informa que encontrou diversos processos pendentes, inclusive o assassinato de Genivalda, ocorrido na madrugada de 24 de junho de 2010. A vítima foi encontrada pela manhã na Rua da Lama, situada próxima do arraial armado para as festas juninas de Igreja Nova.
“No dia em que ocorreu o crime, o Souza foi visto várias vezes saindo e retornando do local da festa com a vítima, ela saia, ele ia atrás, as pessoas perceberam, como também observaram a presença do ex-amante da Genivalda (Guinaldo). Numa dessas saídas, a Genivalda não voltou mais e quando ele (Souza) retornou para o local, ele tinha trocado a roupa. Diante dessa linha, nós chegamos ao Souza e ele confessou toda a verdade do fato”, acrescentou Rubem Natário.
Na entrevista, Souza disse que a troca de roupa foi tramada por Guinaldo, inclusive cedendo suas próprias vestes para Souza que afirmou que nunca havia cometido crime antes da execução de Genivalda. Todos os envolvidos na trama macabra estão presos na delegacia regional de Penedo, onde permanecerão à disposição da justiça.