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Alagoas

Áudio: Gestante e feto morrem em Coruripe e família responsabiliza hospital

Valmir de Souza: ?Queremos um posicionamento da Justiça e da direção do Hospital Carvalho Hospital Carvalho Beltrão?

O caso aconteceu no último sábado (22), na cidade de Coruripe. Mas, só ganhou à imprensa nesta quarta-feira (26). A gestante Claudejane de Souza Santos, 33 anos, conhecida por ‘Irmã Netinha’ deu entrada para dar à luz na Casa de Saúde e Maternidade de Coruripe, pertencente ao Hospital Carvalho Beltrão, por volta das 17hrs e, acabou falecendo às 04hrs do domingo.

Os irmãos da vítima, Valmir de Souza Santos e Micheline Rossi Souza Santos, responsabilizam o hospital pela morte. E nesta quarta-feira (26), eles afirmaram durante entrevista ao Programa Lance Livre da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br), que não tinha anestesista durante o final de semana, o que dificultou a cesariana de Claudejane.

“Minha irmã morreu por falta de assistência médica. No hospital não tinha médico anestesista, especialista para dar assistência. As gestantes de Coruripe estão sofrendo. Minha irmã foi vítima do hospital”, desabafou o irmão Valmir de Souza.

A vítima deu entrada na unidade hospitalar por volta das 17hrs do sábado (22), caminhando e sorrindo. Porém, por falta de atendimento, faleceu na madrugada do domingo, por volta das 04hs.

“Minha irmã chegou ao hospital sorrindo, feliz, por dar à luz. Entrou caminhando normalmente e sozinha. Quando chegamos foi dito que não era permitido o acesso ao hospital com celular, nem podia ficar ligando para saber como ela estava. Achei estranho. Perguntaram pelos exames, como ela estava. Em seguida, assinou e entrou para o quarto. Ficamos esperando e sempre alguém da família procurava saber se o bebê já tinha nascido. Diziam que ainda não. Meu cunhado foi para casa e por volta das 03hrs, ligaram comunicando que ela teve complicações no parto”, detalhou Micheline Rossi.

FacebookAinda segundo a irmã de Claudejane de Souza, o hospital não falou qual foi à complicação que ele teve durante o parto.

“Quando disseram que ele estava mal, sugerimos a sua transferência para Maceió com o apoio do helicóptero do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Mas, segundo o hospital, o serviço não funcionava de noite. Então, ela acabou falecendo na Casa de Saúde e Maternidade de Coruripe, pertencente ao Hospital Carvalho Beltrão. A única coisa que nos falaram até hoje, foi que minha irmã teve duas paradas cardíacas, e eles não puderam fazer nada”, acrescentou.

Em pleno século 21

No instituto Médico Legal (IML), a médica legista que atendeu o caso disse que o bebê teria que nascer por cesária.

“A médica disse que o meu sobrinho não tinha condições de nascer por parto normal. A criança tinha 55 centímetros e pesava quatro quilos, não tinha condições. A médica estava indignada ao ver as duas mortes, falou que em pleno século 21, isso era inconcebível”, observou Micheline Rossi.

“Perdemos uma irmã. Sua filha perdeu uma grande mãe. Seu esposo perdeu uma maravilhosa esposa. A comunidade religiosa perdeu um membro dedicado. Todos estão indignados. A cidade de Coruripe está indignada. Queremos um posicionamento da Justiça e da direção do Hospital Carvalho Beltrão”, bravejou Valmir de Souza Santos, irmão da vítima Claudijane de Souza Santos, 33 anos.

O outro lado

A nossa redação entrou em contato com a direção do Hospital Carvalho Beltrão. Relatamos um assunto e a atendente garantiu que iria levar o assunto até o diretor e que o mais rápido retornaria à ligação. Fato que até o fechamento desta matéria, não ocorreu.