
Carlos Roberto de Menêses, secretário de saúde de Penedo
Moradores do povoado Santa Margarida, situado na zona rural de Penedo, estão carentes de serviços públicos de saúde. Além da falta assistência médica na unidade local do Programa de Saúde da Família (PSF), o problema inclui a falta de medicamentos básicos. Nem mesmo o transporte na ambulância destinada ao socorro de pacientes que residem na comunidade está disponível. Com salários atrasados há três meses, os motoristas se recusam a prestar o serviço.
A situação de abandono foi denunciada na manhã desta quinta-feira, 05, durante o programa Lance Livre (Rádio Penedo FM/97,3 Mhz). Uma ouvinte identificada pelo nome de Maria telefonou para fazer a reclamação. “Nós estamos passando por um momento difícil porque aqui no posto não tem doutor, a gente adoece e não temos nem socorro porque os dois motoristas da ambulância estão sem receber. Nós não temos remédio no posto, o único que tem é para pressão”, disse a moradora que pediu mais atenção por parte da prefeitura.
Placa de aluga-se nas ambulâncias
Indignada, ela sugeriu que a administração municipal colocasse uma placa de aluga-se na ambulância, acrescentando que os motoristas não tem culpa. A reportagem do Aqui Acontece ouviu o secretário municipal de Saúde, Carlos Roberto Cerqueira de Menêses. Ele informou que dos 18 médicos aprovados no concurso realizado pela prefeitura, apenas cinco se apresentaram, sendo que dois já estão atuando. “Os outros três estão providenciando a documentação”, afirmou o secretário sobre os profissionais de saúde que serão lotados em unidades do PSF situadas na zona rural do município, conforme acresce ntou.
Em relação a falta de pagamento aos motoristas das ambulâncias, Carlos Roberto disse que essa parte é feita diretamente pela prefeitura, informação confirmada pelo prefeito Israel Saldanha (DEM). O gestor admitiu o atraso e acrescentou que isso “já estava previsto”, avaliação fundamentada na atual crise financeira da prefeitura de Penedo. As cinco ambulâncias adquiridas durante a gestão do ex-prefeito Március Beltrão foram cedidas às associações de moradores dos povoados por meio de contrato de comodato, segundo Saldanha.
Combustível e R$ 900 por mês
“A prefeitura ficou com o repasse de R$ 900 por mês, dinheiro para ser usado na manutenção das ambulâncias e pagamento dos motoristas. Também bancamos a cota de combustível”, disse que o prefeito que a partir da próxima semana vai despachar na sede da secretaria municipal de Saúde. “A gente precisa dar uma ajuda na parte de administração”, explicou Israel Saldanha sobre a iniciativa que contará ainda com a participação direta da primeira-dama e secretária do Trabalho, Habitação e Assistência Social, Elenice Saldanha.
“Elenice já reestruturou a Ação Social e agora vai colaborar com a gente nesse processo de recomposição das equipes dos PSFs. Na verdade, a secretaria está sem rumo na questão de gestão, então nós vamos sentar com o secretário e cobrar metas, informação de alguns setores da secretaria”, afirmou o prefeito. Um dos pontos que precisam ser esclarecidos foi apresentado durante reunião do Conselho Municipal de Saúde, realizada nesta quinta-feira, 05.
Saúde perdeu recursos porque não vendeu serviços
De acordo com o biomédico Eliel Veiga, responsável pelo setor de controle e avaliação da secretaria municipal de Saúde de Penedo, o município perdeu recursos por não ter vendido serviços para outras prefeituras. Penedo tem gestão plena na Saúde, com especialidades e serviços que não existem na microregião da qual é sede. A perda de cerca de R$ 200 mil por mês, segundo estimativa do secretário Carlos Roberto, será avaliada pelo prefeito. “Uns dizem que foi por omissão de quem estava à frente do setor, outros dizem que foi porque os municípios se equiparam e não tem mais necessidade de determinados serviços, então nós vamos apurar”, concluiu o prefeito Israel Saldanha.