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Penedo

Áudio: Empresa abandona operários durante feriadão

Apenas feijão na panela para o almoço de cerca de dez operários

Cerca de dez trabalhadores ficaram abandonados à própria sorte durante este feriadão em Penedo. Os operários que constroem residências populares incluídas no “Programa Minha Casa, Minha Vida” reclamam que os responsáveis pela empresa JCN viajaram no último sábado, 09, sem efetuar o pagamento do pessoal que, em sua maioria, não reside no município ribeirinho.

A denúncia foi divulgada durante o programa Lance Livre (Rádio Penedo FM/97,3 Mhz) desta segunda-feira, 11. O repórter Luiz Carlos esteve no alojamento dos pedreiros, situada à Rua G, Loteamento São Gonçalo. A entrevista começou com uma denúncia de ameaça de agressão a um dos trabalhadores. Ele alegou que esteve na agência da Caixa Econômica Federal e ao tentar sacar o pagamento prometido, constatou que não havia depósito em sua conta.

Agressão verbal e tentativa de violência física

Ao reclamar o valor devido, os responsáveis teriam agredido verbalmente o operário que afirmou não ter sido vítima de violência física porque houve a intervenção de terceiros. Além da suposta falta de pagamento em dia, os trabalhadores alegam que as carteiras de trabalho não foram assinadas e que o acordo feito com o agenciador identificado pelo nome de Claudinei não estaria sendo cumprido. Durante o acerto com o pessoal, o pagamento fechado seria de R$ 800 para cada pedreiro por casa construída.

Como as obras estão paralisadas desde sábado, 09, a folga esticada até quarta-feira, 13, por conta do feriado em homenagem à padroeira do Brasil, deixou os operários sem dinheiro nem para comprar alimento. “Ainda teve gente que recebeu cem, cento e cinquenta Reais para poder viajar, mas nem todo mundo recebeu e quem ficou está passando necessidade. A gente só almoçou porque uma vizinha deu arroz, óleo e um peixe”, declarou um dos trabalhadores ao aquiacontece.com.br.

Apenas feijão na panela para almoçar

Não fosse a doação, os trabalhadores teriam apenas feijão preparado na panela para se alimentar nesta segunda-feira, 11. Quando estão em serviço, uma cozinheira prepara o almoço no alojamento, comida servida em quentinhas no canteiro de obras. “A comida é pouca, dois pedaçinhos de carne, até parece que é para alimentar menino”, comparou um dos pedreiros. Já o café da manhã e o jantar são preparados com recursos dos operários, por eles mesmos, no alojamento alugado pela empresa.

Ainda de acordo com os denunciantes, a maioria dos contratados mora no Distrito Luziápolis (situado no município de Campo Alegre). Também há pedreiros que vieram da região sertaneja, mais precisamente da cidade de Monteirópolis. “Esse pessoal que viajou não levou o que deveria, tem muitos aqui que são pais de família e precisam sustentar a casa”, reclamou um dos pedreiros.

Como não havia ninguém da empresa JCN para tratar do assunto em Penedo, o assunto deverá ser retomado na próxima quarta-feira, 13, quando serão retomados os serviços de construção das casas.