Os professores e monitores de apoio selecionados para atuar no Programa Viajando Pelo Saber, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação, estão há quatro meses sem receber salários. O atraso é decorrente da investigação de supostos ‘alunos fantasmas’ nas salas de aula e evasão nas turmas, conforme explicou a coordenador de ensino da 9ª região, professora Cleide Cerqueira, durante entrevista à Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br).
“O atraso (dos salários) foi por razão de muitas denúncias que chegaram à Secretaria de Educação, inclusive aqui também tivemos várias denúncias de espaços que não tem aluno”, explicou a coordenadora sobre a suposta ausência dos beneficiados pelo programa nos locais escolhidos para funcionar como sala de aula.
Cleide Cerqueira disse que cada turma deve ter 25 alunos, no máximo, com pelo menos 15 frequentando para poder funcionar, conforme as regras do Programa Viajando Pelo Saber, que forma alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Básico em dois anos.
Quinze dias após o início do programa, em 16 de maio, a coordenadora iniciou o acompanhamento da execução do programa nos 128 espaços situados na área da 9ª CRE. Em Penedo, a execução acontece normalmente na Escola Estadual João Valeriano, o que não foi constatado em outros locais, com salas ocupadas por dois ou três alunos e algumas vazias, segundo declarou a entrevistada.
“Por motivo dessa evasão, a Secretaria de Educação nos enviou um ofício no dia 19 de agosto pedindo que nós tomássemos providências sobre esse assunto”, afirmou Cleide Cerqueira, lamentando a presença mínima de alunos na maioria dos locais visitados. A coordenadora acrescentou que deixou inclusive de fazer as visitas nas sextas-feiras porque os professores alegavam ser dia de pouca presença, esvaziamento que continuou sendo observado em outros dias.
Até a mudança para espaços mais adequados foram adotados para atender às exigências do programa, mas foi preciso reunir alunos em turmas para manter o mínimo de presença nas salas de aula. Sem alunos assíduos, o professor responsável pela sala perde a monitoria.
Além da evasão, outro problema detectado pela coordenadoria é a matrícula de alunos no Programa Viajando pelo Saber de estudantes com formação acima do 5º ano, inclusão feita supostamente para atender o quantitativo mínimo em sala de aula. A coordenadora afirmou ainda que verificou a presença de alunos que não foram matriculados nas salas de aula, incluídos no programa após o fechamento do período de matrícula.
A coordenadora pede a compreensão dos professores dos espaços fechados por conta da impossibilidade de funcionamento em função do não atendimento das exigências do Programa Viajando Pelo Saber. Cleide Cerqueira informou ainda que o pagamento do salários será efetuado.