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Penedo

Áudio: Diretora de escola estadual de Penedo entrega cargo por carência de professor

Ex-diretora afirma que existem séries que não tiveram aula de geografia, educação física e língua portuguesa

Estou desanimada. Foram com essas palavras que a professora e, até então, diretora da Escola Estadual Comendador José da Silva Peixoto afirmou se sentir, como servidora pública da rede estadual de ensino. O desabafo aconteceu na manhã desta segunda-feira, 19, durante entrevista concedida ao Programa Lance Livre da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br).

Em pouco mais de 30 minutos, a servidora pública Raqueline, que há três anos (2009 a 2012) esteve à frente da direção da maior escola estadual de Penedo, afirmou que é impossível trabalhar diante da carência não só de professores. Além da falta de estrutura que toda a rede de ensino passa.

“Diante das dificuldades que enfrentamos, falta de professores e até pessoal de apoio, em um universo de dois mil pais, apenas dois vieram me procurar. Existem séries que não tiveram aula de geografia, educação física, língua portuguesa e outras matérias. Os pais deveriam ser mais participativos”, disse a professora ao destacar a falta de apoio da comunidade.

Blog do Comendador

Ainda de acordo com a professora, a escola sofre com a falta de pessoal administrativo. Nos últimos anos, dos 13 agentes administrativos, apenas cinco ainda permanecem nos quadros da instituição de ensino. E por último, foi a vez da secretária escolar pedir exoneração do cargo.

“A defasagem salarial é grande, um agente administrativo ganha apenas um salário mínimo diante da grande demanda da escola. Eles estão passando em outros concursos e indo embora, mérito deles. Não há como um agente administrativo dá conta de tanto trabalho, da grande procura por histórico escolar, ainda atender no balcão. É um processo demorado, lento”, explicou a professora Raqueline de S. Silva.

Braços cruzados

Desde a última terça-feira (13), os professores da rede estadual de ensino paralisaram as atividades. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), 12 mil profissionais aderiram à greve. Na pauta de exigências, a categoria quer a aprovação imediata do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCs), com abrangência para o pessoal de apoio e administrativo.

Os professores também reivindicam a garantia de pagamento do retroativo a maio de 2012 para o pessoal de apoio e administrativo. Além da vigência financeira do PCCs para o magistério (ativos e aposentados) e secretário escolar, definida para janeiro de 2013. E o pagamento das sobras do Fundeb, rateio para o magistério.