Membros do Conselho Municipal do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) de Feliz Deserto relataram diversas deficiências encontradas na educação do município localizado no Litoral Sul de Alagoas. As denúncias foram apresentadas durante entrevista à Rádio Penedo FM (97,3Mhz) na manhã desta sexta-feira, 29.
Em rápida explanação, o professor Jasiel Martins, membro do Conselho do FUNDEB em Feliz Deserto, falou sobre a composição do referido conselho e das ações que atualmente vem executando no sentindo de buscar melhorias para a classe dos profissionais da educação no município.
Para Jasiel, a falta de comunicação entre a Secretaria Municipal de Educação e o Conselho é algo que tem prejudicado o andamento dos trabalhos e deixado os profissionais com sérias deficiências no dia a dia. “A intenção não é criar conflito, mas colher informações que possam ser aproveitadas e gerar a melhoria da qualidade do ensino em Feliz Deserto”, disse o professor.
Durante a entrevista, foi dito que os conselheiros não são remunerados e o trabalho é extremamente direcionado para a busca de soluções para os problemas que são encontrados no gerenciamento das ações administrativas. A responsabilidade do conselheiro do FUNDEB é essencial, lembrando de um caso ocorrido no Rio Grande do Sul, quando o prefeito e os secretários de um município foram presos por irregularidades e os conselheiros foram indiciados pelo fato de não haverem fiscalizado como deviam as ações da administração municipal.
Em relação a uma paralisação que haveria no município de Feliz Deserto e teria sido adiada pela falta de engajamento dos profissionais da educação, Jasiel Martins informou que um boato sobre um vazamento de informações teria corrido pela cidade como uma forma de coibir alguns profissionais que se sentiram pressionados a não participar de nenhuma ação contra a administração por medo de sofrerem algum tipo de perseguição ou retaliação administrativa.
Segundo o professor Aldo Santos, também membro do Conselho do FUNDEB de Feliz Deserto, o ato aconteceria em função da indignação dos profissionais da educação que atualmente não têm alguns direitos legai respeitados. “Buscamos ter um Plano de Cargos e Carreiras (PCC) atualizado e que garanta os direitos dos professores e outros profissionais da educação. Reivindicamos qualificação para os professores que há três anos não participam de um evento direcionado a reciclagem desses profissionais”, declarou professor Aldo.
De acordo com Aldo, uma das reivindicações que o conselho fez à Prefeitura de Feliz Deserto e que teve pedido negado foi a substituição dos quadros negros por quadros brancos, o que torna o espaço aula muito mais agradável tanto para os mestres como para os alunos. Os professores reclamam também da má qualidade do giz fornecido para trabalhar no quadro das salas de aula.
Outras reivindicações foram apresentadas numa reunião de pauta com a Secretária de Educação que declarou não ter condições de atender sequer um dos pedidos. “A secretária disse que não poderia neste momento conceder um reajuste salarial, devido a folha atual do município estar na faixa de R$ 95.500,00 (Noventa e cinco mil e quinhentos reais), quando os 60% por lei seria de R$ 94.000,00 (noventa e quatro mil), ficando o déficit de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) mensal”, segundo o professor Aldo Santos.
Ainda durante a entrevista, os conselheiros informaram que a mobilização da categoria acontecerá em Feliz Deserto, sendo a data definida após a reunião do Conselho do FUNDEB prevista para acontecer após o processo eleitoral. Será tentado mais uma vez uma linha harmônica de diálogo entre os profissionais da educação e a Prefeitura de Feliz Deserto para que os principais itens da pauta de reivindicação sejam atendidos e os trabalhos não sejam prejudicados afetando diretamente o calendário escolar.