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Penedo

Áudio: Comunidade colabora com mutirão de combate ao caramujo

Captura do caramujo africano em Penedo acontece em regime de mutirão

Moradores dos bairros infestados por caramujos africanos em Penedo estão colaborando com o mutirão organizado pela prefeitura que conta com ainda com a cooperação do Tiro de Guerra. As pessoas estão capturando os moluscos que se encontram em suas residências, colocando em sacolas plásticas e entregando à Vigilância Sanitária Municipal, conforme relato do veterinário Murilo José Barroso Rezende.

“O trabalho está começando às cinco horas da manhã com alguns soldados do Tiro de Guerra e auxiliares contratados pela prefeitura, começamos a fazer a captura nos terrenos situados entre a Vila Matias e a Cidade do Povo e hoje a gente está recolhendo os sacos com os caramujos recolhidos nas casas”, informou Murilo Rezende durante entrevista à Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br) nesta quarta-feira, 10.

A coleta nas residências acontece após a distribuição de sacos e luvas nas residências infestadas com o molusco, material distribuído por agentes comunitários de saúde e agentes de endemia.

“Esse trabalho é feito em parceria com a população, sem a ajuda dela a gente não consegue capturar essa quantidade toda”, ressaltou o veterinário sobre o trabalho que resultou na captura de moluscos com até 15 centímetros de comprimento e cerca de 200 gramas de peso.

Somente nesta quarta-feira, dois tóneis com capacidade para armazenar 200 litros ficaram cheios do molusco que em seguida é incinerado e enterrado numa vala. O mutirão continua nesta quinta-feira na Vila Matias, depois segue para a Cooperativa 1º Núcleo, Campo Redondo e bairro Santo Antônio (Bairro Barro Vermelho), áreas com maior infestação conforme levantamento realizado pela prefeitura.

Caramujos em Neópolis

Ainda durante o Programa Lance Livre, ouvintes que residem em Neópolis, município sergipano situado na margem oposta do rio São Francisco com Penedo, informaram que o hospital da cidade também está infestado pelo caramujo africano. De acordo com Maurício Carvalho, veterinário especialista em parasitas que trabalha para a Fundação Osvaldo Cruz, o molusco foi introduzido no Brasil para fins comerciais, mas a rejeição pelo consumidor fez com que os criadores soltassem o caramujo que é hospedeiro de doenças contagiosas.

Ainda segundo declarou o pesquisador à Rádio Penedo FM, por se locomover sobre a terra e se alimentar inclusive de fezes, é um potencial agente transmissor de moléstias. Para tentar eliminar a praga, ele sugeriu a realização de ações de combate, como o mutirão em curso em Penedo. Maurício Carvalho informou ainda que o molusco é hermafrodita se reproduz rapidamente. “Ele pode viver até nove anos e colocar cerca de 18 mil ovos durante esse período”, informou o pesquisador sobre o caramujo que já é encontrado em 20 Estados brasileiros.