
Casal procurou a imprensa para denunciar a morte da filha que pode ter sido vítima de erro médico
Maria Heloísa Adelina da Silva Camarão faleceu com apenas um dia de vida. A recém-nascida pode ter sido vítima de erro médico ocorrido durante o parto realizado na Santa Casa de Misericórdia de Penedo. Os pais da pequena vítima apontam o obstetra Mauro Muniz como responsável pela morte prematura da filha, denúncia realizada nesta quarta-feira, 12, durante o programa Lance Livre (Rádio Penedo FM/97,3 Mhz).
Ernane da Silva Camarão Filho, 26, e Edilane Adelina da Silva, uma adolescente de 16 anos, residem em Piaçabuçu, município situado na região do Baixo São Francisco, vizinho a Penedo. O casal de baixa renda abalado com a perda prematura da filha contou ao repórter Luiz Carlos que o médico Mauro Muniz aplicou uma anestesia na região genital da gestante durante o trabalho de parto, quando a criança já estava com a cabeça fora do corpo da mãe. O procedimento teria sido realizado para aumentar a passagem, corte que deveria ter sido feito sem a aplicação da anestesia.
Criança colocada de volta
Edilane Adelina disse que um outro médico esteve na sala do parto e estranhou o procedimento do obstetra que teria colocado a criança de volta para realização de cesariana. Sedada, a mãe adolescente não viu quando a filha foi retirada de sua barriga após cinco horas de agonia. Removida para uma incubadora, a criança precisou ser transferida para Maceió, remoção feita em ambulância da prefeitura de Piaçabuçu.
Antes de chegar ao hospital, um novo problema agravou a saúde da recém-nascida. De acordo com o pescador Ernane da Silva, que acompanhava a filha na viagem, faltou de oxigênio na ambulância que se dirigia ao Hospital do Açúcar, onde o óbito foi registrado em 15 de fevereiro, cinco dias depois da primeira entrada na gestante na Santa Casa de Penedo. No dia 11, Edilane chegou por volta das 22 horas na maternidade onde permaneceu por cerca de 12 horas.
Após ‘exame do toque’, a gestante ficou em observação e foi liberada as 10 horas do dia seguinte. Na noite de sábado, 13, ela retorna para a maternidade, sendo encaminhada para a sala do parto as 14 horas do domingo, 14 de fevereiro, início do procedimento que deixou sequelas físicas e emocionais. Nas entrevistas concedidas por Edilane ao Portal Aqui Acontece e Rádio Penedo FM, a adolescente não contém a emoção e chora ao relembrar a perda.
Médico diz que gestante faltou com a verdade
A reportagem do Aqui Acontece ouviu o obstetra e ginecologista Mauro Muniz. Por telefone, o médico afirmou que recordava do caso de Edilane Silva e declarou que a denúncia é falsa. “Não é verdade o que estão dizendo. É impossível colocar uma criança de volta durante um parto, nem que eu quisesse fazer isso conseguiria”, disse Mauro Muniz que confirmou ter realizado a cesariana e a remoção da recém-nascida para Maceió.
O obstetra acrescentou que a criança não tinha um “bom quadro de saúde”, confirmou ainda ter prestado depoimento na delegacia de Piaçabuçu e que o caso foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina