Nas últimas duas semanas a Paisa, indústria de açúcar e álcool localizada na zona rural de Penedo e pertencente ao Grupo Toledo, começou a enfrentar uma série de protestos por ter deixado de honrar compromissos financeiros, tanto com funcionários, quando com fornecedores da cana, matéria prima para a fabricação de açúcar e álcool.
Servidores protestaram por salários em atraso, pagamento fracionado e férias gozadas sem receber o dinheiro. Já os fornecedores ligados à Cooperativa de Colonização Agropecuária e Piscicultura de Penedo (Coopenedo), rendeiros (pessoas que alugam terras da usina e dividem o lucro) e particulares (fazendeiros, pequenos e médios produtores), querem a regularização dos pagamentos em atraso, que somam as três últimas safras.
Buscando reivindicar os direitos, os funcionários cruzaram os braços na semana passada, acabaram ameaçadas e punidos, sendo obrigados a retornar para Penedo a pé. Os fornecedores fecharam o acesso de funcionários e veículos ao interior da indústria, pela balança, impedido o carregamento de açúcar e álcool.
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Para falar do momento difícil que à unidade de Penedo do Grupo Toledo enfrenta, o advogado Rogério Galvão concedeu rápida entrevista ao Programa Lance Livre da Rádio Penedo FM (97,3 Mhz e www.penedofm.com.br). Falando em nome da indústria, o operador do Direito justiçou que o momento difícil tem relação com a economia brasileira, e pontou: “A Paisa hoje luta para sobreviver.”
Usina garante que não pode arcar com proposta de fornecedores
Os agricultores ligados Coopenedo, rendeiros (pessoas que alugam terras da usina e dividem o lucro) e particulares (fazendeiros, pequenos e médios produtores), querem o pagamento de 50% dos atrasados e o restante dividido até o início da próxima safra, que deve iniciar em agosto.
“O que temos para esclarecer, na verdade é que o débito existe. Porém, a proposta deles não temos condições de arcar, isso se deve ao momento da economia. O setor sucroenergético brasileiro vem sendo afetado. Dentro desta crise, estamos tentando sobreviver. Ontem (11) não tivemos como nos reunirmos com os fornecedores, devido alguns diretores se encontrarem fora de Penedo. A reivindicação é justa dos funcionários e fornecedores. Vamos tentar uma solução para o problema”, garantiu o representante da empresa.
O advogado da Penedo Agroindustrial S.A (Paisa), Rogério Galvão, ainda lamentou a falta de políticas públicas do governo federal, o que deve contribuir com o agravamento da crise em todo o setor sucroenérgetico brasileiro.