Com o atendimento restrito nas Unidades de Pronto Atendimento de Aracaju (UPA), o pronto-socorro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) registrou um aumento de 20% na demanda nos últimos dois dias. A maioria dos casos que chega ao PS é de baixa complexidade e deveria ser atendido em unidades básicas de Saúde ou em UPAs.
De acordo com o coordenador administrativo do Huse, Jardel Mitermayer, são esses casos que, diariamente, superlotam a área azul do Pronto Socorro. “O aumento na demanda no Huse, nos últimos dois dias, se deu principalmente por conta dos casos ambulatoriais ou de baixo risco. Estes pacientes não chegam a ficar 24 horas na unidade hospitalar. Porém, este aumento da demanda tem causado superlotação e estressando a equipe multidisciplinar do hospital”, pontua o coordenador.
Com dores de cabeça e no corpo, a estudante Fernanda Regina dos Santos, que reside no conjunto Augusto Franco, foi buscar assistência no Huse. “Existe uma Unidade de Pronto Atendimento bem ao lado da minha casa. Mas, quando cheguei lá, uma enfermeira me disse que não tinha materiais e que, por isso, não poderia ser atendida. Então, resolvi vir até o Huse”, falou.
Cristiane Santos foi mais uma paciente que não encontrou atendimento nas UPAs. “Estive na UPA Zona Norte, aguardei por duas horas, até saber que não havia médicos. Então, decidi ir até UPA localizada no Conjunto Augusto Franco, onde fui informada que não havia materiais. Quase desisti de procurar auxílio médico, mas como minhas dores abdominais estavam muito fortes, vim até o Huse”, contou.
Classificação de Risco
Uma importante medida utilizada pelo Hospital de Urgência de Sergipe para reorganizar o fluxo no Pronto Socorro é o Acolhimento e Classificação de Risco (ACeR). Desenvolvido pelo Ministério da Saúde para identificar usuários que necessitam de atendimento médico imediato, o ACeR é um dispositivo utilizado para priorização do atendimento de acordo com grau de maior gravidade que chegam às unidades hospitalares.
A técnica de enfermagem do setor Rosenite dos Santos explica como procede todo o processo de chegada do paciente na unidade. “O paciente é avaliado por enfermeiros, que determinam qual a gravidade do caso. A estratégia visa reduzir o tempo de espera do atendimento médico, porém, prioriza os atendimentos pela gravidade e pelo risco, não pela ordem ou horário de chegada”, explica.
