Ivair Augusto, representante do governo federal, esteve na manhã desta quinta-feira (21/10) na sede da OAB/AL, onde se reuniu com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade, Gilberto Irineu, e com os advogados Welton Roberto e Gabriel Ciríaco, designados para acompanhar o andamento dos inquéritos policiais que apuram as causas e autoria dos homicídios. Ivair Augusto estava acompanhado do secretário Municipal de Direitos Humanos, Pedro Montenegro, e do professor Breitner Tavares, do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas.
Ivair Augusto se disse perplexo com o relato feito por Gilberto Irineu, dando conta de que oito moradores de rua foram mortos por tiros, sete a pedradas e/ou arma branca, um foi queimado num ponto de ônibus e os demais, mortos por espancamento. “A luz amarela estava acesa para Maceió. Agora, diante desses dados, a luz vermelha acendeu e temos que buscar soluções rapidamente”, afirmou o assessor especial, que recebeu das mãos de Gilberto Irineu um dossiê com um histórico resumido de todos os crimes e uma cópia do relatório enviado à OAB/AL pela Secretaria Municipal de Assistência Social, no qual constam informações sobre programas sociais que seriam desenvolvidos em Maceió.
Ivair Augustou alertou ainda que se não houver uma resposta rápida por parte das instituições, o Estado de Alagoas corre o risco de sofrer constrangimento em cortes internacionais de direitos humanos. O assessor especial propôs que além de continuar cobrando atenção e empenho dos órgãos de segurança para o caso, a OAB de Alagoas seja parceira da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, da prefeitura de Maceió e da Ufal em um seminário a ser realizado ainda este ano para discutir boas práticas relacionadas à política de atendimento à população moradora de rua. Omar Coêlho confirmou o interesse da OAB em participar da promoção do evento.
O conselheiro federal Welton Roberto, que é professor de Direito Penal e tem grande atuação na área criminal, afirmou que o mais importante nesse momento é descobrir as motivações para esses crimes, o que é essencial para identificar seus autores. “Seria ação de um grupo de extermínio? Que motivações haveria para isso? O que esses moradores teriam feito para merecer uma pena capital?”, questionou. Na próxima semana, na terça-feira pela manhã, Welton Roberto, Gabriel Ciríaco e Gilberto Irineu se reunirão com o diretor geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, para obter informações e ter acesso aos inquéritos policiais.