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Política

Assembleia Legislativa promove debate sobre os 70 anos da CLT

Os 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foram comemorados no plenário da Assembleia Legislativa na noite desta quarta-feira, 12. Representantes da Justiça trabalhista compareceram à sessão solene, a exemplo do corregedor-geral do Trabalho, ministro Ives Gandra Martins, bem como o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em Alagoas, Severino Rodrigues.


O presidente da Assembleia, deputado Fernando Toledo (PSDB), ressaltou que o Legislativo estadual se irmana nesse momento histórico. “Este Poder ressalta a importante data, tanto para os trabalhadores brasileiros, como para a própria História do Brasil”, afirmou Toledo na abertura da sessão.

O corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Ives Gandra, disse que considera o momento como reflexão para discutir os pontos da CLT que, em virtude da globalização, precisam de modificações. Ele citou, como exemplo, a adequação das leis trabalhistas às questões ligadas ao processo tecnológico. “Quando estive na OIT [Organização Internacional do Trabalho], vi que naquele grande congresso se debate muito bem as questões do trabalho. Só que as competições de hoje, do mundo globalizado, supõe parâmetros que não consideram o trabalhador um simples instrumento de exploração”, declarou Gandra.

No pronunciamento que fez no plenário durante a solenidade, o ministro ressaltou que mais de 60% da CLT já passou por modificações. Segundo ele, dos 904 artigos da lei, 588 sofreram intervenções. “Sem dúvida, a CLT é um diploma protetivo, mas o trabalhador de hoje não é o mesmo de 1943. Ao contrário de antes, o trabalhador atual é consciente dos seus direitos e conta com um sindicalismo forte”, destacou Ives Gandra, aproveitando para salientar que defende uma reforma sindical.

Ele aproveitou para tratar da chamada PEC das domésticas. O ministro relatou que recebeu do sindicato da categoria uma comunicação que demonstra preocupação com a mudança da legislação. Segundo Ives Gandra, a entidade representativa considera que haverá um aumento no desemprego desses trabalhadores. O corregedor citou uma série de casos envolvendo interpretações da lei trabalhista para considerar a necessidade de o juiz trabalhista aplicar, com imparcialidade, uma lei protetora. “Conseguir harmonizar as relações sociais, esse é grande desafio”, concluiu.

O deputado Gilvan Barros falou em nome da Assembleia na solenidade. Ele destacou a importância do trabalhador para o fortalecimento da economia. “O patrão, por sua vez, precisa buscar o lucro até para manter os postos de trabalho, mas precisa harmonizar a convivência de ambos”, considerou.Gilvan Barros disse, ainda, que a Justiça do Trabalho de Alagoas está bem representada pelo juiz Severino Rodrigues, presidente do TRT.

Além de Barros e do presidente Fernando Toledo, prestigiaram a sessão os deputados Jeferson Morais (DEM), propositor da sessão, Ricardo Nezinho (PMDB) e Judson Cabral (PT).