A Assembleia Legislativa de Alagoas abriu suas portas para recepcionar a Caravana Nordeste contra o Trabalho Infantil, que chegou a Maceió para debater a realidade do trabalho infantil no Estado. A audiência especial, que acont6eceu nesta sexta-feira, no plenário da Casa, foi de iniciativa da Comissão de Direitos Humanos (CDH) em parceria com a Comissão Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Cepeti).
A ideia foi sensibilizar e debater sobre a questão do trabalho infantil em Alagoas e formas de combatê-lo, a sessão contou com um painel sobre a realidade do trabalho infantil no Brasil, no Nordeste e em Alagoas. Na ocasião, crianças assistidas pelo Peti – Orla Lagunar se apresentaram com a capoeira e a dança do congo para o público presente na Assembleia.
O presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB), abriu os trabalhos da audiência pública, agradeceu a presença de todos desejando uma sessão produtiva, “para que possamos colocar Alagoas, efetivamente, na vanguarda dessa luta no combate ao trabalho infantil”.
O propositor da sessão, deputado Judson Cabral, destacou a importância do evento, bem como o engajamento de todas as pessoas e entidades que trabalham em prol do combate à exploração e ao trabalho infantil. O petista ressaltou também o papel e o dever fiscalizador do Parlamento. “Nos sentimos contemplados quando os recursos federais são aplicados e percebemos resultados”, declarou o parlamentar, citando como exemplo o Projeto Jovem Cidadão na Área Rural.
A secretária Executiva do Fórum Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira, agradeceu ao Parlamento pela recepção. “Sem dúvida nenhuma esta Casa é um lugar especial e muito oportuno para essa mobilização”, disse, ressaltando que o objetivo da Caravana é de mobilizar a sociedade, sensibilizar as famílias e, sobretudo, buscar o compromisso do poder público estadual. “Para que uma união de forças seja articulada, no sentido de que, efetivamente, possamos realizar no Estado de Alagoas ações de prevenção e erradicação do trabalho infantil”, ressaltou Isa.
O jovem Matheus Eduardo Correia Alencar, 13 anos, foi o destaque da audiência especial. Estudante do 9° ano e oriundo da cidade de São Miguel dos Campos, o garoto emocionou a todos ao se pronunciar sobre o assunto, argumentando que ao serem obrigadas a trabalhar as crianças perdem a oportunidade de escrever a sua história, de estudar, de ser uma criança normal como qualquer outra. “Porque uma criança que trabalha não é mais criança, uma criança que trabalha não tem tempo para ser feliz, nem para brincar. Essa é a grande realidade do Estado. Não podemos esquecer isso, temos que lembrar que, enquanto estamos aqui reunidos, as crianças ainda estão nas ruas, sofrendo, trabalhando e fora das escolas”, disse Matheus.