Os dirigentes das entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural do Nordeste (Ater) estiveram reunidos, na quarta-feira (27), no Recife, elaborando uma proposta de convivência com o Semiárido para o Plano Safra 2013-2014, do Governo Federal.
O Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater-AL) mostrou preocupação, principalmente com a política de produção de forragem animal e a manutenção da atividade pecuária.
Conduzida pelo presidente da Associação das Entidades Estaduais de Ater (Asbraer), Julio Zoé, que comanda o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), na reunião foram expostas as dificuldades de cada estado e as políticas comuns que auxiliam a diminuição das perdas dos estados e dos agricultores, como Garantia Safra, distribuição de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre outras.
“Para viver no Semiárido, precisamos estabelecer duas culturas importantíssimas: estocar água e forragem. A ideia dessa reunião é definimos ações comuns para esses municípios e diminuir o sofrimento dos agricultores nos períodos de seca prolongada, porque o Semiárido já apresenta um clima particular”, analisou o presidente do IPA.
Após toda discussão, a diretora presidente da Emater-AL, Inês Pacheco, relacionou seis eixos importantes para serem contemplados na proposta. São eles: produção de forragem, ampliação do crédito especial para todos os municípios do Semiárido, ampliação do Seguro Safra no sentido de contemplar os recursos do Bolsa Estiagem, disseminação de tecnologias de baixo custo, abastecimento de água para produção, ampliação da venda de balcão subsidiado e desenvolvimento da genética animal.
“Todas as ações sugeridas contemplam os estados do Nordeste que estão passando por dificuldades em consequência da seca. A proposta que será estruturada e encaminhada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário vai contemplar esses eixos com algumas sugestões concretas de ações, a exemplo da ampliação da produção de forragem, na qual cada estado mostrou que tem expertise para desenvolvê-la”, frisou Inês Pacheco.
Em Alagoas, a proposta é multiplicar a palma e o sorgo no Campo Experimental de Santana do Ipanema, região do Médio Sertão. A área de 200 hectares tem 30ha formados de caatinga arbórea em área de conservação. Desses 200ha, 20 podem ser utilizados imediatamente para a multiplicação de palma e sorgo, como medida de enfrentamento da seca. Um estudo feito pela equipe de pesquisa da Emater-AL, mostrou que é possível beneficiar, em um ano, mais de 3 mil agricultores com baixo investimento.
Com a consolidação das políticas, o documento será encaminhado pela Asbraer ao MDA. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2013-2014 deve ser lançado pela presidente Dilma Rousseff na primeira quinzena de abril. Com a apresentação das propostas, a expectativa é de que o plano contemple políticas de desenvolvimento para o Semiárido brasileiro.
