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Brasil/Mundo

As surpresas que podem aparecer na Copa do Mundo do Catar

A Copa do Mundo do Catar está chegando. E, nas rodas de conversa, a pergunta que mais se faz é quem será o próximo campeão. Entre as 32 seleções classificadas, qual terá o talento e a técnica necessária para levantar o mais cobiçado troféu do futebol no dia 18 de dezembro?

Conforme o tempo passa e se aproxima a copa do mundo 2022, as apostas se acirram. Times clássicos como Brasil, Argentina, Alemanha e França têm a preferência dos fãs. E não é para menos, já que há pelo menos 30 anos o campeão sempre é um cabeça-de-chave. Mas, nas últimas edições, as seleções menos badaladas vêm ganhando espaço.

Foi assim na última edição, quando a surpreendente Croácia chegou à final. Ainda em 2018, a Bélgica e sua geração privilegiada com De Bruyne e Lukaku também se destacou, eliminando o Brasil. E, se olharmos atentamente, veremos que não é raro surgirem algumas surpresas– e elas estão indo cada vez mais longe. A Dinamáquina na Copa de 86, Camarões em 90, a Romênia de Hagi em 94, a já mencionada Croácia em 98, a semifinalista Coreia do Sul em 2002… Todas seleções sem favoritismo que, no entanto, encantaram e surpreenderam.

Este ano, quem pode ser a surpresa da vez? E ela poderá fazer como a Espanha que, em 2010, finalmente deixou de ser eterna coadjuvante e efetivamente ganhou o Mundial?

Vamos olhar grupo a grupo. Começando pelo grupo A, temos a Holanda como uma possibilidade. Apesar de não estar jogando bem nos últimos meses, tem a força da camisa e certamente quer sair da fila de três vice-campeonatos. O Senegal, segunda força do grupo, corre por fora.

No grupo B, encabeçado pela Inglaterra, a surpresa pode ser Gales, se Gareth Bale conseguir liderar o time. Já os ingleses precisam provar que merecem a posição de cabeça-de-chave que sempre recebem. Desde 66, só colecionam fracassos. Vencer seria uma surpresa.

O grupo C, da Argentina, tem outro eterno concorrente que precisa se provar, o México. Mas a surpresa verdadeira pode ser a Polônia de Lewandowski que, sozinho, pode decidir uma partida. Mas poderia conquistar uma Copa inteira?

Já no grupo D, a surpresa pode vir da Dinamarca. Quietinha, ela vem conseguindo bons resultados, inclusive uma ótima colocação na última Eurocopa, um excelente termômetro para o que pode vir no Mundial. Com força no coletivo e talentos individuais, deve seguir adiante nesse grupo, junto com a França.

Chegando ao grupo E, será uma surpresa se passar qualquer um que não seja Espanha ou Alemanha. Aqui, nem os mais otimistas conseguem ver avanço de Japão e Costa Rica, os desafortunados companheiros de grupo.

Passando para o grupo F, não se pode dizer que Croácia e Bélgica sejam surpresas. Ao contrário, estão na prateleira de favoritas, ao menos para passar aos mata-matas. Canadá e Marrocos não devem ter força para superar os dois europeus.

Já o grupo do Brasil é, potencialmente, um berço de surpresas. A Suíça vem em um processo de desenvolvimento de sua seleção, e tem desbancado vários times tradicionais – na última Eurocopa eliminou os campeões mundiais franceses. Os sérvios, por sua vez, têm aquele futebol misto de força e técnica dos eslavos, típico da escola iugoslava do passado. E tem um goleador nato, Aleksandar Mitrović, que vem balançando as redes de tudo que é jeito. O Brasil está bem, e espera-se que passe à próxima fase. Mas se bobear, os europeus podem pregar uma grande (e triste) peça.

Por último, temos o grupo H, no qual Portugal aparece como aposta certa. A segunda vaga será disputada, provavelmente, por Uruguai e Gana. Duas seleções que podem surpreender. Uma pela força da camisa celeste, outra pela força física de seus jogadores. Fazendo bons jogos, uma delas pode chegar a uma quarta de final, talvez uma semi.

A resposta a todas as especulações de favoritismo começará a ser dada a partir de 20 de novembro. Talvez o campeão seja um time óbvio, como Brasil, Argentina ou Alemanha. Talvez seja uma surpresa inesperada. Ou talvez seja um time tradicional que esteja desacreditado, como era o Brasil de 94. E daí, como dizia o velho lobo Zagallo, recentemente imortalizado com uma estátua na CBF: “Vão ter que me engolir”.