O deputado Arthur Lira (PP) usou a tribuna da Casa, na sessão ordinária desta quinta-feira, 19, para fazer um duro pronunciamento contra o deputado federal Francisco Tenório (PMN), por quem diz estar sendo ameaçado e perseguido politicamente, e também para esclarecer que não teve o mandato cassado por infidelidade partidária pela Justiça Eleitoral, conforme divulgado por alguns veículos de comunicação local. Lira explicou que o que houve foi um parecer do Ministério Público Eleitoral, baseado na resolução 22.610, que trata da infidelidade partidária, recomendando sua cassação.
Ele acredita que a assessoria da procuradora Regional Eleitoral, Niedja Kaspary, relatora do parecer que recomenda a cassação do parlamentar, tenha se equivocado, devido ao volume de trabalho. “Queria esclarecer que o artigo 2º do parágrafo da referida lei, trata da seguinte redação: quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 dias da desfiliação, pode fazê-lo em nome próprio, dentro dos 30 dias subseqüentes, quem tenha interesse jurídico, no caso os suplentes ou o Ministério Público Eleitoral”, explicou Lira, esclarecendo que o erro, nesse caso, é que o próprio PMN, através de seu presidente, o deputado federal Francisco Tenório, já havia ingressado com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pedindo o seu mandato.
Arthur Lira disse que deixou o PMN porque há muito o mesmo deixou de ser partido. “O PMN virou uma senzala, com dono e com feitor. E a essa senzala eu me neguei a fazer parte. Muito embora o dono do PMN, o deputado federal Francisco Tenório, tenha dito que minha saída do PMN tenha se dado por questiúnculas políticas”, declarou o parlamentar, afirmando que a questão entre ele Tenório é pessoal.
“Estou levando uma vida que nunca tive, guarnecida de segurança pessoal, porque não sei até onde vai o caráter ou a ausência dele do deputado Francisco Tenório. Mas estou tranquilo, sabedor do que tenho nas mãos para, no momento oportuno, assim que o TRE solicitar, eu fazer minha defesa com todas as justas causas que um político pode ter, imagináveis e inimagináveis, a fim de deixar uma agremiação partidária”, declarou Lira, alegando que deixou o PMN porque “nunca se curvou a chicote, a boca dura e a pressão de político nenhum”.