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Sergipe

Artesãos e comerciantes sergipanos participam da 2ª Expo Pesca e Aquicultura

Abertura de oportunidades e estímulo aos negócios e às potencialidades da cadeia produtiva sergipana. Esse foi o destaque do primeiro dia da 2ª Expo Pesca e Aquicultura, considerada uma das maiores feiras do setor nos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia, região denominada Sealba. Com apoio do Governo do Estado e intermédio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), 13 artesãos e seis comerciantes foram selecionados via edital nº 02/2023 como expositores durante o evento.

O resultado disso foi a presença de uma variedade de produções artesanais e de empreendimentos econômicos populares e solidários que ressaltam a potência e singularidade dos trabalhos, das artes e das culturas existentes em Sergipe. Entre elas, estão produções oriundas da capital, Aracaju, da Barra dos Coqueiros, de Carmópolis, de Nossa Senhora do Socorro, de Divina Pastora, de Poço Verde e de Estância.

Segundo a diretora de Artesanato da Seteem, Daiane Santana, ações de fomento à participação e comercialização da categoria em eventos promovidos ou apoiados pelo governo impactam, cada vez mais, na promoção da visibilidade e geração de renda desses trabalhadores, o que demonstra a importância do trabalho que vem sendo realizado pela secretaria para ampliação dessas oportunidades. “O impacto é social, é econômico, é na vida deles. Nós entendemos que [o artesanato] é um processo que é feito ali, passo a passo, mas com muita responsabilidade. Essa catraca que gira, gira em torno de uma economia, de uma renda, da diversidade de produtos que a gente apresenta e fomenta”, disse.

A importância da ação também é lembrada pela diretora de Economia Solidária da Seteem, Elayne Araujo. Ela destaca o olhar diferenciado que tem sido lançado pelo governo em direção à categoria, fomentando a sustentabilidade, o associativismo e o cooperativismo já existente em Sergipe. “Incentiva, fortalece e gera oportunidade de renda. Uma renda que entra participando de eventos como esse, que trazem pessoas de fora, que trazem o turista para conhecer os nossos produtos e levá-los, também, para os seus estados”, salienta.

O evento acontece até o próximo sábado, 16, no Centro de Convenções AM Malls Sergipe, em Aracaju. Cerca de cinco mil pessoas estão previstas para participarem da programação realizada pela Câmara Empresarial da Pesca e Aquicultura da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio/SE), do Grupo Êxito e da Mangue Cultural.

Impacto

As ações de incentivo à exposição e comercialização de produtos têm impactado, cada vez mais, a economia local e o desenvolvimento de trabalhadores como o artesão Ivo dos Santos, integrante da Associação de Desenvolvimento Comunitário Renascer da Malhadinha, do município de Poço Verde. Ele conta que além do sucesso no escoamento de produtos, as ações têm gerado interesse de outros artesãos do município para participarem da associação.

“Depois dessa oportunidade que a gente está tendo através da secretaria, estamos tendo um escoamento muito grande das peças. Inclusive, a gente teve uma demanda maior, os artesãos aumentaram. Hoje, a gente está com um grupo de 36 artesãos, anteriormente eram 12”, afirma.

Entre as principais ações realizadas pelo governo, por intermédio da secretaria, Ivo destaca a oportunidade de espaços de comercialização em eventos e o lançamento de editais para dentro e fora do estado. Como exemplo, cita o resultado da sua seleção, via edital lançado pela Seteem, para participação na 23ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), ocorrida em Pernambuco, durante o mês de julho.

“A gente se inscreve, é selecionado e é um sucesso de vendas, a exemplo da Fenearte que a gente voltou sem nenhuma peça de lá, e tivemos diversas encomendas. Inclusive, estamos entregando, agora, no dia 15, cem peças. Fruto da [participação na] Fenearte”, conta.

Tradição familiar passada de geração em geração, a confecção de redes da Tecelagem de Malhadinha é feita toda à mão, sem uso de máquinas. “Tem toda aquela delicadeza, aquele carinho, para a peça sair perfeita”, destaca Ivo.

Outros destaques do evento

Além da exposição e venda de artesanatos, licores, biscoitos, produtos oriundos da mangaba e de mariscos, o primeiro dia da Expo Pesca e Aquicultura também contou com exposição sobre o Banco Popular de Indiaroba (BPI), uma referência da economia solidária do estado que foi representada durante o Encontro Nacional da Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária, ocorrido no início de agosto, na Bahia.

“O banco, na realidade, surgiu da iniciativa de fomentar a economia local e, também, ajudar as famílias em situação de insegurança alimentar. Hoje, concedemos aproximadamente mil benefícios a mil famílias, onde, em vez de a gente injetar dinheiro na mão deles, a gente está injetando dinheiro na economia local. Em vez de pagar em espécie, em real, a gente paga em aratu”, destaca o gerente do banco, Valdeilton Andrade.

De acordo com Valdeilton, cerca de 70% das marisqueiras de Indiaroba vendem esse tipo de crustáceo, e a moeda de troca funciona em toda a jurisdição do município, com a mesma paridade do real. “Hoje, com a implantação do banco, temos, aproximadamente, 290 comerciantes cadastrados. Isso vai dentro da cidade até os povoados e aglomerados. Um aratu equivale a um real… fazendo, assim, com que a nossa economia gire cada vez melhor”, explica.

Valdeilton ainda destaca o impacto do banco para a transformação da realidade de muitas famílias. “A economia solidária é um processo que inclui as famílias e, ao mesmo tempo, está levando dignidade para famílias que estão em situação de insegurança. Tem supermercado na nossa cidade que separa dois caixas, aproximadamente, para receber a nossa moeda. Então é muito importante para nossa comunidade”, conclui.