Programa foi apresentado a diferentes segmentos da sociedade em encontro na Casa do Patrimônio
O projeto já foi iniciado, de forma documental em Penedo. E nesta quarta-feira (20), foi apresentado a diferentes segmentos da sociedade e a imprensa penedense, na Casa do Patrimônio, a sua segunda fase, assim podemos dizer: A etapa de visitação aos imóveis da área de tombamento da histórica cidade e do seu entorno.
O SICG – Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão -, é um instrumento que tem por objetivo integrar dados sobre o patrimônio cultural de cidades históricas. O banco de dados vai reunir bens móveis, edificações, paisagens, arqueologia, patrimônio ferroviário e marítimo, itinerários, culturais, patrimônio rural, industrial, paleontológico e outras ocorrências culturais de todo o Brasil.
Ao fim do levantamento, dentro do portal do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), não só os brasileiros, mas diferentes povos do mundo, poderão ter acesso ao inventário, ou catalogação das cidades.
“O levantamento vai contribuir para que o IPHAN seja mais ágil nas demandas da população. O inventário também busca contribuir com a elaboração de uma cartilha para a comunidade sobre o que é permitido ou não, com base nas informações coletadas com os imóveis da área de tombamento. Ao mesmo tempo, será disposta em um sistema nacional as informações coletadas sobre as cidades brasileiras. E Penedo será mostrada para o mundo. Podendo o internauta pesquisar, descobrir e conhecer à cidade e o que possui de bem cultural”, explicou o arquiteto e fiscal do IPHAN em Alagoas, Sandro Gama. O arquiteto ainda observa que com algumas informações que serão coletadas só o órgão federal terá acesso, não sendo disponibilizadas no portal.
Os técnicos vão visitar os imóveis de Penedo para colher informações da estrutura, pintura, telhado, piso e esquadrias. Todos estarão devidamente identificados por crachás e uniformizados.
“Pedimos que permitam o acesso dos pesquisadores. Eles vão buscar informações para o inventário, apenas sobre os imóveis. Lembrando que eles irão fazer perguntas e fotografar, apenas isso. Não podem levar objetos dos imóveis, nem muito menos documentos”, acrescentou.
Agilidade
Sandro Gama exemplifica que com o inventário concluído, poderá agilizar o atendimento ao público. “Um dono de imóvel necessita realizar um trabalho de recuperação em seu telhado, nos pede autorização, para isso é preciso que ocorra uma fiscalização no local, o que pode demandar tempo de até duas semanas para os trâmites, com o levantamento, sendo pesquisado por nós as características daquele imóvel no banco de dados, o processo de liberação para a execução do trabalho pode reduzir consideravelmente”.
O processo de inventário já ocorreu nas cidades de Piranhas e Marechal Deodoro. Na primeira cidade, foi inventariado cerca de 670 imóveis tombados. Já na segunda, em torno de 560.
Os trabalhos buscam redescobrir à cidade, podendo com isso, encontrar bens com grande valor histórico, que possam até ser resgatados e receber a devida atenção financeira para sua recuperação.
Cartilhas
Ainda na apresentação, foi colocado que cartilhas poderão ser confeccionadas com o fim do levantamento, informando aos proprietários dos imóveis o que é permitido em cada setor da área de tombamento de Penedo. “A morfologia da Avenida Getúlio Vargas é bem diferente, casas amplas, com área de entorno. Já a região da Igreja do Rosário, outra completamente distinta, com casas bem juntas. Características diferentes. Logo, os levantamentos buscam contribuir com toda Penedo, sendo possível a elaboração de cartilhas descrevendo o que o proprietário de um imóvel da Getúlio Vargas pode fazer, ou não. Os relatórios também vão servir de base para pesquisas, consultas de localização e subsidio para os gestores públicos desenvolver políticas de preservação e captação de investimentos para os bens culturais”, concluiu o arquiteto e fiscal do IPHAN em Alagoas, Sandro Gama.
O Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão
Serão cadastrados, inicialmente em todo o Brasil, 1766 bens reconhecidos como Patrimônio Cultural Brasileiro. São cerca de 1,2 mil bens tombados, um bem chancelado, 29 bens registrados e 500 bens identificados, além de 200 ações do patrimônio imaterial e cem instituições participantes da política nacional do patrimônio imaterial. Com o projeto, sítios arqueológicos, bens identificados nos estudos do IPHAN, bens reconhecidos como patrimônio cultural pelos governos locais, também serão cadastrados.
