Saber falar inglês nos dias de hoje é um pré-requisito e não mais um diferencial
Saber falar inglês nos dias de hoje é um pré-requisito e não mais um diferencial. Então, muitos pais pensam no futuro dos filhos e acham que é importante “internacionalizá-los”. E, quanto maior a expectativa deles, mais cresce a procura por escolas bilíngues e internacionais e aumenta também o número de instituições que oferecem esses serviços.
Cíntia Maria Falaschi, do suporte pedagógico de língua inglesa do Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva, explica que estudos recentes confirmam que existe, sim, uma diferença na organização cerebral de quem é bilíngue antes dos 3 anos e de quem aprendeu a segunda língua depois dos 10 anos, já alfabetizado na língua pátria. “As tendências atuais indicam que na primeira infância o aprendizado é mais simples, sem esforço; o cérebro da criança é como uma esponja e ela aprende brincando. Portanto, se for possível, é bom começar cedo, mas sempre levando em conta que o ensino deve acontecer com naturalidade”, recomenda.
Para a educadora, o primeiro passo a ser dado por quem busca uma educação bilíngue aos seus filhos é entender a diferença das propostas. Uma escola bilíngue, por exemplo, seguem as exigências do Ministério da Educação, tendo currículo e calendário nacionais. Já as escolas internacionais adotam os padrões de seus países de origem, embora algumas também atendam aos requisitos da política educacional brasileira.
“Nas escolas bilíngues, as aulas são ministradas em português e na língua estrangeira, sendo, em geral, o número de aulas no idioma nativo ligeiramente maior. A maioria delas propõe um currículo forte e diferenciado que proporcione a imersão no idioma estrangeiro, a fim de desenvolver naturalmente a habilidade dos alunos com a segunda língua”, esclarece Cíntia. Nesses colégios, eles têm contato com a cultura do outro país, com novas referências e metodologias de ensino internacionais.
Já as escolas internacionais surgiram para atender à demanda de famílias estrangeiras residentes no Brasil, mas não são exclusivas para elas. Tanto que, hoje, são compostas por um número maior de alunos brasileiros. “Geralmente, essas escolas exigem alguma proficiência nos dois idiomas na admissão do aluno. Nelas, há a coexistência paralela das línguas e culturas, com o objetivo de tornar a criança fluente em ambas e também capaz de perceber os contrastes linguísticos e diferenciar os valores culturais de cada uma delas”, destaca a educadora do Ético Sistema de Ensino.
Com o alto custo dessas escolas, muitos preferem investir em um colégio convencional e um curso de idiomas feito à parte. A especialista afirma que essa opção também é válida ao levar-se em conta que aprender outra língua é um processo complexo e individual e que, ao se falar em desenvolvimento infantil, tudo varia muito.
Ao optar pela educação internacional ou bilíngue, é essencial ter em mente que o ritmo de aprendizado é próprio de cada pequeno. Portanto, não se deve exagerar nas cobranças nem haver sobrecarga de tarefas e tensão. “A criança deve estar à vontade e relaxada, sem alterações no sono e na alimentação, gostar de ir à escola e se divertir com seus colegas e também apresentar um desenvolvimento normal da linguagem, sem nenhum distúrbio aparente de aprendizado. É fundamental perceber que seu filho esteja feliz na escola, seja ela qual for”, conclui Cíntia Maria Falaschi.
