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Alagoas

Após mais de 72 horas no IML, família de Penedo consegue liberação de corpo

Justiça considera ilegal a greve dos médicos legistas

Após a justiça declarar ilegal a greve dos médicos legistas de Alagoas, os corpos que estavam amontoados nas dependências dos Institutos Médico-Legais de Maceió e Arapiraca começaram a ser liberados neste domingo, 24 de junho. Com a determinação do Tribunal de Justiça de Alagoas, 30% dos profissionais da categoria tiveram que voltar a seus postos de trabalho sob pena de multa diária pelo abandono de emprego.

A greve, que foi deflagrada na manhã da última quinta-feira, 21 de junho, aumentou ainda mais a dor da família de mais de 20 corpos que permaneceram, alguns em geladeiras e outros no chão, por mais 72 horas a espera de um legista para que fossem submetidos aos procedimentos legais, antes de serem liberados para sepultamento.

O drama vivido pela família de um dos falecidos que se encontravam no Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió, foi acompanhado de perto pela redação do portal de notícias aquiacontece.com.br. José Cruz dos Santos, tio do jovem Luwilton César Santos que faleceu após um acidente em uma usina da região, contou com detalhes todo o sofrimento passado por sua família.

De acordo com José Cruz, a greve dos legistas mostra a forma desumana e descompromissada com o qual o governo do estado lida com a coisa pública. “É desumano você querer sepultar um parente e não conseguir pela falta de respeito do governador Teotônio Vilela para com os médicos legistas e com o povo. Graças a Deus a Justiça interviu e conseguimos sepultar meu sobrinho, mas não esqueceremos jamais tudo o que aconteceu”, declarou.

O corpo do jovem somente foi liberado na madrugada desta segunda-feira, 25 de junho, mas alguns corpos ainda permanecem nos institutos a espera dos devidos procedimentos legais. A previsão do órgão é de liberar os demais corpos ainda na tarde desta segunda-feira. Para a liberação dos corpos, os parentes dos falecidos estão tendo que assinar um termo autorizando que sejam feitas possíveis exumações, caso necessário.

A categoria reivindica melhorias no ambiente de trabalho e aumento salarial de quase 100% de reajuste, entre outras coisas. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed), Wellington Galvão, a paralisação dos médicos legistas não tem previsão para se encerrar em Alagoas.