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Maceió

Após dois meses jornal suspende edição de segunda-feira

Após dois meses circulando às segundas-feiras, com jornalistas trabalhando de domingo a domingo, o matutino o Jornal anunciou oficialmente ontem que não circulará mais nesse dia da semana. A decisão foi comunicada a procuradora do Trabalho Adir de Abreu, e ao Sindicato dos Jornalistas, que acionou a empresa no Ministério Público por descumprir vários direitos dos jornalistas.

Durante a audiência na Procuradoria Regional do Trabalho, a empresa também se comprometeu a levantar o passivo de horas extras nos dois meses em que os profissionais trabalharam aos domingos, para posterior pagamento. A empresa também está devendo folgas, que serão negociadas com representantes da redação e do sindicato da categoria.

O matutino o Jornal começou a circular às segundas-feiras de forma inesperada e sem qualquer negociação com os trabalhadores e sua entidade de classe. Além de modificar unilateralmente a jornada de trabalho dos jornalistas, fazendo-os trabalhar aos domingos, a empresa não pagava as horas extras, não apresentava escala de folgas e ainda ameaçava os descontentes de demissão.

Por diversas vezes o Sindjornal solicitou reunião com a diretoria da empresa para discutir e negociar os direitos dos jornalistas. Mas as solicitações não foram atendidas, o que levou a entidade a acionar o Ministério Público do Trabalho. Além de não pagar horas extras, não cumprir folgas e desrespeitar outros direitos dos profissionais, o O Jornal não contratou mais trabalhadores para fazer face a demanda das edições de segunda-feira.

Pelo contrário, a empresa estava demitindo. Com uma redação cada vez menor e uma situação financeira pouco estável, circular às segundas-feiras constitui-se cada vez mais numa aventura. O resultado foi a suspensão dessa edição, coincidindo com a demissão do diretor Executivo da empresa, Luciano Góes.

O Sindicato espera que o desfecho desse caso sirva de lição e que os novos dirigentes de O Jornal, além dos donos, retomem o clima de diálogo e negociação. A entidade continuará atenta e defendendo os interesses dos jornalistas, sem tolerar qualquer ataque à CLT, à Constituição e à Convenção Coletiva de Trabalho.