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Penedo

Após dezesseis anos, penedense tem primeiro contato com a filha pelo Facebook

Adijan Souza dos Santos, 31 anos, soube que era pai através de uma conversa deixada no inbox

As redes sociais ao mesmo tempo que causam fascínio, ganham adeptos a cada segundo pelo mundo, também perdem perfis na mesma velocidade que conquistam. E, até, são causadoras de sofrimento a famílias. Imagens em momentos íntimos de anônimos, ou artistas se transformam em virais, espalhados pelas redes. No Brasil, uma jovem cometeu suicídio ao ter um vídeo íntimo replicado através do – WhatsApp -, a mais nova febre.

Mas, nem tudo é tristeza. Há cerca de cinco anos, a odontóloga penedense, Ana Duarte, 33 anos, conheceu sua alma gêmea, o engenheiro civil curitibano, Rogério Oliiymik, 37 anos, pelo extinto Messenger.

“Ele me adicionou e aceitei, achando que era um amigo da época da faculdade, nomes parecidos. Então, começamos a nos conhecer e depois de um ano, Rogério veio pela primeira vez conhecer minha família em Penedo. Depois fui para Curitiba conhecer seus pais. Noivamos e no mês de abril de 2009, nos casamos”, contou Ana Duarte, minutos antes de embarcar para passar o Natal na residência dos pais do seu esposo, em Curitiba. Prestes a completar bodas de madeira, o casal que se conheceu através de uma rede social, reside em Maceió.

A descoberta de uma filha através do ibox

E a mais nova e incrível história que surgiu através de uma rede social, também envolve um penedense.

O Facebook teve seu embrião gerado no ano de 2003, em um quarto de uma das mais conceituadas universidades do mundo, Harvard. O que era para ser apenas uma rede entre os universitários, ganhou os muros e alcançou o mundo. Ganhou proporções estratosféricas tornando o mentor, Mark Zuckerberg, um dos jovens mais ricos do mundo. Porém, a fama e o dinheiro, também trouxe consequências e batalhas nos tribunais americanos.

A rede social de Zuckerberg também fez com que ele perdesse um dos sócios e melhores amigos, o brasileiro Eduardo Severin. Este ajudou financeiramente para que e rede social sobrevivesse e se tornasse uma gingante da rede. Agora são inimigos.

FacebookO Face, abreviatura usada pelos usuários, apesar das várias histórias, também sórdidas que o envolve, trouxe um misto de surpresa, carregada de alegria ao penedense e pagodeiro, Adijan Souza dos Santos, 31 anos, também conhecido por Cajá. Imagina você leitor, abrir o Facebook e lá, um pedido de amizade e no inbox (bate papo), uma mensagem relatando que você seria o pai de um linda adolescente com 16 anos, residente no Espirito Santo.

“Certa manhã, abri a rede social e no bate papo, uma adolescente relatando toda a história, com riqueza de detalhes, tudo que aconteceu quando eu tinha cerca de 16 anos. E também, que eu seria o seu pai. Foi tudo uma grande surpresa”, disse.

Adijan Souza, o Cajá, conheceu Eliane Santana de Souza, 38 anos, há quase 17 anos e desse namoro, nasceu Lorrayne Santana de Souza, 16 anos. Ele relata que morava na Rua Aliança Liberal, bairro de Santa Luzia, quando tudo teve início. “Eu morava com a minha mãe quando conheci essa família que acabava de chegar na cidade, vindo do Espírito Santo, buscando vida nova em Penedo. E depois de alguns dias, chegou uma loira linda, amiga da família, foi paixão à primeira vista. Começamos a namorar e ficamos juntos por um ano e dois meses. E tudo acabou. A família voltou para o seu estado de origem. Eles não conseguiram a tão esperada mudança de vida em Penedo. E Eliane saiu com suspeita de gravidez”, explicou Cajá.

Por cerca de três meses, após a partida, eles ainda permaneceram em contato, apesar do aumento da conta de telefone e das reclamações da mãe de Adijan. “Durante um tempo ainda nos comunicamos por telefone, cerca de três meses. Com o aumento da conta do telefone fixo, minha mãe começou a reclamar muito e perdemos o contato. E Eliane nunca falou se realmente estava grávida. Quando em outubro passado, recebi a notícia pelo Facebook, que eu era pai de uma linda menina”, detalhou Adijan com os olhos marejados.

Ele é só alegria. Lorrayne Santana de Souza, 16 anos, trabalha em uma lanchonete e faz alguns trabalhos como modelo fotográfica para lojas de roupas e está cursando o primeiro ano. “Ela é um menina decidida. Apesar da pouca idade, já trabalha. Quase que diariamente conversamos pelo Facebook e já conversamos algumas vezes por celular. Minha filha possui um telefone da vivo e também comprei um para ter contato com ela, por causa dessas promoções de ligar de graça. É tudo muito novo, descobri que era pai em outubro, ainda estamos nos conhecendo. Até já briguei com Lorrayne, porque ela ficou de recuperação [risos]”, disse.

FacebookO melhor presente de final de ano

Adijan Souza dos Santos, 31 anos, é vocalista com passagem em algumas bandas de pagode da cidade. E atualmente trabalha em uma indústria de álcool da região, exercendo as atividades de eletricista, soldador e instrumentista.

“Estou juntando dinheiro para ir ver minha filha. Procurei informação e a passagem de ônibus custa R$ 216. Então, tenho que guardar uma boa quantia para as duas passagens e a estadia. Já conversei com uma tia sua que afirmou que ela é uma menina carente de amor de pai. E pretendo suprir essa carência. Ainda estou bobo com a notícia, uma filha linda eu tenho. Estou guardando dinheiro, se tudo ocorrer bem, até janeiro vou conhecer minha filha. Vou tentar trazê-la até Penedo, não sei se é possível por ela ser menor. Caso não, vou até o cidade de Cristino Castro, interior do Espírito Santo. Estou ansioso para dar um abraço bem apertado nela e poder conversarmos. Saber da existência de Lorrayne, foi o melhor presente de final de ano que recebi”, concluiu Adijan, em um bate papo em sua casa, que durou cerca de uma hora e meia.

A reportagem

Diante dos altos índices de criminalidade que tomam Alagoas, resolvemos trazer ao nosso leitor/internauta, uma reportagem que mostrasse a aproximação de um pai e uma filha. Sou apaixonado por matérias mais apurados, que retratam o cotidiano, o realismo e a beleza dos sentimentos.

O personagem principal do texto o conheço desde a adolescência. Porém, estava sem contato com ele. Apenas virtuais pelo Facebook. E prestes a acabar o ano, Cajá postou um foto de uma menina em que dizia que estava feliz por ter uma filha linda. Ele contava em apenas em uma ou duas linhas a história.

Logo, fiquei curioso, não lembrava que ele tinha uma menina com essa idade e pensei, uma boa reportagem. Deixei um recado um inbox (bate papo do Face) querendo o número do telefone. Ele mandou logo quatro, de operadores diferentes. E na semana que passou, conversei com ele em sua casa, onde tudo foi detalhado. Para ilustrar, também contei a história da penedense e odontóloga, Ana Duarte. Essa é uma homenagem de todos que fazem o maior portal do Baixo São Francisco – www.aquiacontece.com.br -, aos nossos leitores, uma maneira de mostrar que o amor pode surgir dos mais variados lugares. Também foi usado o livro ‘Bilionários por Acaso, A Criação do Facebook’, como fonte de pesquisa. A obra que deu origem ao filme ‘A Rede Social’, conta toda a história da maior rede social do mundo.

Desejamos a você nosso leitor/internauta, um Feliz Natal e um ano vindouro repleto de realizações. Que em 2014, continue acessando o maior portal do Baixo São Francisco.