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Alagoas

Apenas 21 crianças em AL podem ser adotadas

A Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejai) promove, na manhã desta quarta-feira (17), uma reunião com 22 diretores de abrigos destinados a crianças e adolescentes na capital e no interior do estado de Alagoas. Conduzido pelo juiz Paulo Zacarias, o encontro – na sede do Tribunal de Justiça, no Centro de Maceió – mostrou que há 747 crianças abrigadas em casas de adoção, no entanto, apenas 21 podem ser legalmente adotadas.

Segundo o juiz Paulo Zacarias, o objetivo da reunião é identificar porque essas crianças, que estão em abrigos, não estão inseridas no cadastro para adoção e, também, fazer um intercâmbio entre os 22 abrigos de Alagoas e revelar qual é a situação dos menores que lá habitam.

Ainda segundo ele, a situação é complicada, já que grande parte das adoções que ocorrem no Brasil se dá de maneira ilegal. O juiz explicou que a família precisa destituir a criança para que ela possa ser adotada legalmente. “Há todo um processo para que a criança seja devidamente cadastrada. Na adoção ‘brasileira’, a família não destitui a criança, que, mesmo assim, acaba sendo adotada. Isso é ilegal” – declarou.

Na escola profissional Lar de Nazaré, em Penedo, apenas uma criança de 1 ano e 3 meses está apta a adoção. Segundo o monsenhor Aldo de Melo Brandão, no abrigo e em sua extensão, em Arapiraca, há 64 meninas. “Por diversos motivos, como a não liberação da família, apenas uma criança pode ser adotada”, lamentou.

O desembargador José Carlos Malta Marques revelou que há três alternativas de adoção, a local, a nacional e a internacional. Ele revelou, também, que é muito comum no Brasil a adoção nobre. “A adoção nobre ocorre quando uma pessoa se habilita a cuidar do filho de outra, porém, sem documentação”, esclareceu.

Dados no Brasil

No Brasil, há 2.494 crianças esperando por uma família e 17.736 pessoas cadastradas para adotar. Já em Alagoas, apenas 20 pessoas se mostram habilitadas para realizar uma adoção.