O processo de formulação do planejamento estratégico da Área de Proteção Ambiental (APA) de Marituba do Peixe, localizada entre os municípios de Penedo, Piaçabuçu e Feliz Deserto, no estado de Alagoas, teve início na última segunda-feira, 20 de julho. O documento irá identificar os projetos prioritários que deverão ser executados pelo Conselho Gestor da APA, formado por representantes da sociedade civil e do poder público, a exemplo da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que ocupa da vice-presidendência com o engenheiro de pesca Eduardo Motta.
A reunião ocorreu no prédio do Memorial da APA de Marituba do Peixe e teve como objetivo a realização de um oficina para dar início aos processo de elaboração do planejamento estratégico da área de proteção ambiental. As atividades foram conduzidas por Jamerson Lima, superintendente de planejamento e programas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH). “O resultado deste trabalho será um planejamento tático-operacional. Vamos definir ações prioritárias, seus responsáveis, prazos e custos de cada uma”, explicou o coordenador dos trabalhos.
Para facilitar o fluxo de idéias, os presentes foram divididos em grupos, que avaliaram ações já planejadas pelo conselho gestor da APA, verificando aquelas que foram executadas e as que não foram postas em prática. Nas ações não realizadas, cada grupo analisou a razão da não execução, suas possíveis limitações, potencialidades e lições aprendidas pelos conselheiros com erros cometidos em relação ao fracasso na execução do que havia sido planejado.
Na segunda parte dos trabalho, os membros do conselho gestor da APA identificaram, entre as ações ainda não realizadas, quais seriam prioritárias para o planejamento estratégico. Entre as ações indicadas estão a formalização de um manifesto ao Governo do Estado, solicitando prioridade para implantação do aterro sanitário na área de proteção ambiental; uma solicitação à Codevasf para que seja contratada uma consultoria para elaboração do projeto de aproveitamento turístico da APA; uma solicitação ao corpo de bombeiros para que seja elaborado um projeto de prevenção e combate à incêndio na APA; solicitação da criação do fundo estadual de meio ambiente; identificação e cadastramento de voluntários como educadores ambientais e solicitação de apoio à SEMARH e ao IMA para capacitação destes educadores; e realização do planejamento estratégico do conselho gestor para o biênio 2009/2010.
A oficina contou com a presença de representantes da Codevasf, SEMARH, prefeituras municipais de Penedo, Piaçabuçu e Feliz Deserto, Instituto do Meio Ambiente (IMA), Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), usinas Paisa, Marituba e Coruripe, associações de moradores da APA de Marituba do Peixe, ambientalistas, entre outros. Além do engenheiro de pesca Eduardo Motta, esteve presente o engenheiro agrônomo Pedro Melo que também representa a Codevasf no conselho gestor da APA.
O memorial da APA de Marituba do Peixe é um dos projetos que devem ser colocados em
uncionamento pelos conselho gestor. A idéia é reunir na entrada da área de proteção ambiental os serviços oferecidos por cada parceiro. “O batalhão ambiental da Polícia Militar de Alagoas, por exempo, fará a segurança do local e prestará também um trabalho de educação ambiental. Já as secretarias de turismo dos municípios incluirão esse roteiro junto aos guias de cada cidade”, exemplificou Antônio Nelson de Azevedo, superintendente regional da Codevasf em Alagoas.
A participação direta das comunidades que vivem na área de proteção ambiental é defendida pela professora Benalda dos Santos, uma das integrantes do conselhor gestor da APA de Marituba do Peixe como representante da ONG Movimento Ecológico Filhos do Velho Chico. “As comunidades devem estar dentro do conselho. Elas já possuem representantes, mas é necessária também uma participação direta, atuando, discutindo, decidindo. O conselho deve procurar essas pessoas e perguntar o que podemos fazer para melhorar sua vida, gerar trabalho e renda, cuidando dos recursos naturais”, defendeu.