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Penedo

Aos 45 anos, após Santa Casa de Penedo negar atendimento, gestante dá à luz na UPA

Maria Margarida Oliveira tinha recebido a recomendação para procurar um hospital em Arapiraca

O que poderia ter terminado de maneira inesperada, podendo a mãe, ou o filho, morrer por complicações durante o parto, pelas mãos dos médicos, Adolfo Rocha, especialista em clínica geral e cirurgia, e também pelo coronel da Polícia Militar e médico, Roberto Liberato, especialista em clínica geral, tudo acabou bem para o recém-nascido Jadson, que ganhou o mundo por parto normal na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Penedo.

Isso, depois que sua mãe, Maria Margarida de Oliveira , 45 anos, residente no povoado Tapera, zona rural de Penedo, ter atendimento negada na Santa Casa de Misericórdia de Penedo, pela falta de médico ginecologista para fazer o atendimento.

Ainda gestante, Maria deu entrada na maternidade de Penedo por volta das 17hrs: “Cheguei na maternidade com muitas dores e uma enfermeira disse que eu fosse para Arapiraca, pois não tinha médico para atender. Ela disse que não podia fazer nada por mim. Não falou em momento algum em ajudar com uma ambulância, ou qualquer coisa do tipo. Estou indignada. Na minha situação, batem a porta e falam, vá procurar um hospital em Arapiraca. Como é fácil falar. Eu poderia ter morrido no percurso com o meu filho”, desabafou.

Pela segunda vez mãe, Maria já teve aborto espontâneo por três vezes. É mãe de um adolescente de 17 anos. Ele quem escolheu o nome no irmão. Se fosse menina, seria Thalita, como foi um meninão, ganhou o nome de Jadson.

“Quando cheguei a UPA os médicos disseram que já estava nascendo e não daria para enfrentar uma viagem para Arapiraca. Graças a Deus que os médicos Adolfo e Roberto não negaram atendimento. E meu segundo filho nasceu com saúde e passando muito bem”, concluiu Maria Margarida de Oliveira , 45 anos.

Depois que Jadson nasceu, um funcionário da Santa Casa de Misericórdia de Penedo ligou par a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Penedo para que a mãe e filho fossem transferidos para a maternidade. A direção da UPA optou por continuar com os dois pacientes em observação na própria unidade hospitalar.

Tentamos contato

Em contato telefônico com o vice-provedor do Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Penedo, o biomédico Eduardo Regueira, fora de Alagoas, ele orientou que procurássemos a enfermeira chefe do complexo, de nome Lígia. Então, ligamos para o 3551-2888 e nos foi dito que a profissional não se encontrava no momento. Depois de um tempo, a enfermeira retornou o ligação e disse: “O caso ainda estava sendo apurado. Com o fim da sindicância, o resultado será divulgado para a sociedade, pela direção da entidade”.

Segundo caso

Em maio de 2013, um caso semelhante aconteceu. Há época do ocorrido, a UPA tinha como diretora administrativa Daisy Santos e diretora médica, Verônica Lins. Ambas não negaram atendimento e Rafaela Borges de Paula, 21 anos, natural do povoado Borges, zona rural de Porto Real do Colégio, também com atendimento negado na Santa Casa de Penedo, em trabalho de parto, deu à luz a uma menina. Na ocasião, a direção da Santa Casa disse que o médico plantonista teria faltado por problemas familiares (leia matéria relacionada).

UPA de Penedo

A Unidade de Pronto Atendimento de Penedo (UPA-24h) tem como objetivo ser intermediária, uma espécie de porta de entrada entre os grandes hospitais de urgência de Alagoas. As unidades também não estão habilitadas a fazer parto. Mas, como o propósito médico é salvar vidas, a UPA de Penedo fez pela segunda vez um parto normal.

Atualizado às 12h05min