O Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy, o mais importante e tradicional evento de animação do mundo, anunciou nesta sexta-feira, 25 de abril, a sua programação oficial de longas-metragens trazendo notícias excelentes para a animação brasileira. O Brasil é o país com o maior número de longas-metragens no evento, reafirmando o bom momento do gênero no país. O longa-metragem “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu, foi um dos nove selecionados para a mostra competitiva principal do evento.
Fora de competição, o festival, que acontece na cidade de Annecy, na França, entre os dias 9 e 14 de junho, traz ainda dois outros representantes nacionais: “Até que a Sbórnia nos Separe”, de Otto Guerra e Ennio Torresan Jr., e “Luz, Anima, Ação”, de Eduardo Calvet.
Em 2013, o Brasil ficou com o prêmio de Melhor Filme do evento por “Uma História de Amor e Fúria”, de Luiz Bolognesi. O diretor, que foi convidado para ser um dos jurados da competição oficial na edição deste ano, chama atenção para a importância da seleção: “Annecy é o Festival de Cannes da animação. A seleção de três longas brasileiros é um grande reconhecimento. O festival está apontando o dedo pra gente e dizendo que aqui se faz animação de qualidade. Fica provado que o prêmio do ano passado não foi um ponto fora da curva”.
A expectativa para uma boa recepção ao filme de Alê Abreu na competição é alta. “O Menino e o Mundo” vem colecionando prêmios em festivais internacionais, como a Monstra – Festival de Cinema de Animação de Lisboa (Portugal), e o Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, em Havana (Cuba). O filme conta a história do menino Cuca, que deixa a sua aldeia em busca de seu pai e descobre um mundo fantástico, dominado por seres estranhos e máquinas-bichos.
Compromisso com a animação
O longa “Até que a Sbórnia nos Separe”, de Otto Guerra e Ennio Torresan Jr., na mostra não competitiva, que teve a produção financiada parcialmente com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA, tem a história livremente inspirada no espetáculo teatro-musical Tangos & Tragédias. O filme recebeu recursos de chamadas públicas do FSA em 2009 e 2012, totalizando R$ 1,1 milhão de reais. Já o documentário “Luz, Anima, Ação”, de Eduardo Calvet, conta a história da animação brasileira no cinema, na TV e na publicidade.
O diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel, reafirmou o compromisso da agência com a animação nacional. “A ANCINE parabeniza os realizadores brasileiros, que cada vez mais encantam o mundo com a animação feita no país. Contem com o apoio da agência e com os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual. O governo federal tem investido no desenvolvimento deste segmento de mercado”.
“Uma História de Amor e Fúria”, consagrado por Annecy em 2013, também recebeu aportes do Fundo Setorial, no total de R$ 1,288 milhões.
Curtas brasileiros em competições paralelas
Além dos três longas-metragens, a série de TV “Boa Noite Martha”, de Vivian Altman Eberhard, concorre na seção Filmes para TV em Competição, e o curta “Fuga Animada”, de Augusto Bicalho Roque, foi selecionado para a Competição de Filmes Estudantis.
ANCINE apoia a participação dos brasileiros no evento
A ANCINE, por meio de seus Programas de Apoio gerenciados pela Assessoria Internacional, vai auxiliar a participação de filmes brasileiros no festival e de representantes de produtoras brasileiras independentes no International Animation Film Market, evento de mercado que acontece no âmbito do Festival de Annecy.