Cerca de vinte alunos da Escola Municipal Padre Pinho, localizada no bairro de Cruz das Almas, estão tendo a oportunidade de identificar áreas de vulnerabilidade social na comunidade em que vivem por meio de um aplicativo para smartphones. O registro é feito com o auxílio de uma pipa e uma câmera digital acoplada a uma garrafa pet, que gera imagens aéreas de áreas com a perspectiva de transformação social.
A atividade de mapeamento digital é uma iniciativa da Plataforma dos Centros Urbanos/Unicef que, por meio de parceria com a Semed, é realizada como projeto experimental nessa escola desde o dia 3 de julho. Maceió é a segunda capital do Brasil a desenvolver essa experiência dentro da escola via comunidade. O Rio de Janeiro é a outra cidade onde a experiência é desenvolvida.
Antes da prática, os alunos participam de oficinas que acontecem todas as sextas na escola, no período matutino (8h às 11h) e vespertino (14h à 17h). Participam do projeto duas turmas – uma do 7º ano e outra do 8º ano. Inicialmente, os alunos passam por oficinas de cunho teórico antes do prático para entender, por exemplo, o que é território e em seguida, identificam os principais pontos negativos do ambiente, tanto da escola quanto da comunidade para, então, fazer o registro.
O mapeamento digital, na opinião da responsável pela ação na Semed, Giovanna Chaves, é mapear, perceber, desenhar e identificar o ambiente em que o aluno vive e as modificações que ele pode fazer nesse ambiente. Ela explica que o mapeamento é digital porque os jovens estão de posse de um celular fornecido pelo Unicef. O aparelho dispõe de um aplicativo que está conectado com uma câmara acoplada a uma pipa. “Quando nossos alunos soltam a pipa, ela vai fotografando o ambiente onde eles moram e esse registro é passado para o aplicativo, onde eles vão propondo mudanças, então primeiro eles fotografam o problema e depois, propõem soluções para o problema”, salienta a monitora, acrescentando que a parte prática será realizada ainda em agosto.
Com a visibilidade do problema, como destaca a técnica, a ação pode mobilizar toda a comunidade, não só a escolar, como todo o bairro, visando uma ação conjunta para solucionar determinados problemas em espaços e lugares que precisam de intervenções. “A ação conta com o envolvimento da comunidade e do líder comunitário para fazer parte desse projeto, que tem a intenção de melhoria total do ambiente de moradia”, diz.
Segundo Giovanna, o primeiro mapeamento digital foi feito no Rio de Janeiro, por meio da comunidade, e não por meio da escola. “Nós somos a segunda capital no Brasil a fazer o mapeamento através da escola, vindo da escola, por isso, a necessidade de estudar o ambiente onde vivemos, a geografia e o bairro. Para isso, tivemos que buscar a comunidade para dentro da escola, porque vamos precisar fazer intervenções partindo da escola e não do contrário”, justifica.
O mapeamento digital na rede tem previsão de terminar em 2016. De acordo com Giovanna, existe a possibilidade de realizar o mapeamento digital em mais duas escolas municipais ainda este ano. A próxima escola será a Pio X, que fica localizada no Trapiche.
