Os índios invadiram o Museu Palácio Floriano Peixoto, no Centro de Maceió, nesta quinta-feira (22). Cheios de criatividade, vieram mostrar a crianças da capital a arte da confecção de arcos e flechas, cocares, a pintura em tecido e nos corpos. Durante a tarde, um espaço para a contação de histórias.
Vindos da cidade de Porto Real do Colégio, os índios da tribo kariri-xocó contaram detalhes do seu dia a dia. A cada informação, as mãos dos pequenos alunos da Escola Estadual Onélia Campello da Paz, localizada no Santos Dumont (Tabuleiro dos Martins), erguiam-se agitadas.
O garoto Wellyeverton Santos, 11, estudante da sexta série, quis saber o meio de transporte mais usado na comunidade dos kariri-xocós. “Nós ainda temos muitos animais, como cavalos e jegues. A viagem para outras cidades é feita em ônibus. Mas lá dentro, ainda aproveitamos muito da força animal”, conta o líder, Riakonã, que tem no registro civil o nome Cícero Ferreira Ribeiro.
Como Wellyeverton, muitos dos meninos que participaram da Semana do Índio, promovida pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), nunca tinham visto um indígena de perto. Riakonã conta que uma das crianças chegou a perguntar: “Você é índio de verdade?”.
A contação de histórias passou também por temas como casamento, uso de ervas medicinais e a morte. Os alunos ficaram curiosos quando Riakonã, que estava acompnhado da família, disse que os índios comemoravam com dança a morte de um deles. “É o nosso jeito. Entedemos que tanto o nascimento como a morte devem ser celebrados com dança. São ritos de passagem”, contou o índio.
Ao final da brincadeira, índios e “brancos” celebraram juntos. O tore foi dançado em círculos, como na tribo de origem. Aos kariri-xocós, uniram-se também os índios xucurus, do município de Palmeira dos Índios. Mas a Semana do Índio ainda não acabou. As oficinas seguem nesta sexta, no Museu Palácio Floriano Peixoto; e no sábado, apresentação de tore, no Memorial à República, a partir das 14h, em Jaraguá.
Entrada franca. Mais informações: (82) 3315-7873.