Que os hábitos alimentares interferem nas chances de uma pessoa desenvolver câncer todo mundo sabe. Mas o uso regular de multivitamínicos, desenvolvidos para complementar os níveis de vitaminas e minerais que podem faltar na alimentação, pode ter um efeito protetor contra a doença?
Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Divisão de Medicina Preventiva do Hospital Brigham and Women’s, da Faculdade de Medicina de Harvard acompanharam mais de 14 mil médicos norte-americanos, com 50 anos de idade ou mais, ao longo de 12 anos. A conclusão? O consumo diário de multivitamínico aponta uma redução estatisticamente significativa de 8% na ocorrência de todos os tipos de câncer. Quando os pesquisadores avaliaram o efeito do multivitamínico sobre outros tumores, excluindo o de próstata, o índice de redução da doença subiu para 12%. Os resultados foram publicados em outubro no Journal of the American Medical Association (JAMA). Como medida preventiva, até o momento não há mais nada que reduza os riscos de câncer em 10%, além de parar de fumar.
Para o chefe do departamento de Oncologia Clinica do Hospital São José Beneficência Portuguesa, Fernando Cutait Maluf, “é altamente sugestivo que a dieta que inclui todas as vitaminas pode ter um papel preventivo e protetor no desenvolvimento de vários tumores”.
“Hoje sabe-se que o paciente com diagnóstico de câncer que adota uma dieta inadequada – rica em gordura e carboidratos – pode ter mais chance de reincidência da doença do que quem mantém uma dieta balanceada”, esclarece Fernando Cutait Maluf.
O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Durval Ribas Filho, alerta que, “a carência de nutrientes é deletéria para o organismo humano. A reposição de micronutrientes pode ser benéfica na prevenção de neoplasias, conforme estudos epidemiológicos recentes. Considerando-se o estresse dos dias atuais e a nutrição desequilibrada cotidiana, o uso de vitaminas e minerais auxilia para que haja um melhor equilíbrio nutrológico e consequente prevenção de doenças crônico-degenerativas”.
Como comprovou o Estudo Brazos Nutricional, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da USP, os brasileiros ingerem menores quantidades vitaminas e nutrientes essenciais para o organismo do que as recomendadas internacionalmente.
Sobre a pesquisa
No II Estudo de Saúde dos Médicos, pesquisadores da Divisão de Medicina Preventiva do Hospital Brigham and Women’s, da Faculdade de Medicina de Harvard, avaliaram os benefícios do uso diário de multivitamínico, entre os anos de 1997 a 2011. A pesquisa acompanhou 14.641 médicos norte-americanos do sexo masculino, com 50 anos de idade ou mais.
Trata-se de um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo. A pesquisa foi financiada pelo National Institutes of Health. Os produtos usados pelos participantes foram fornecidos pela Pfizer Consumer Healthcare (PCH), BASF Corporation e DSM Nutritional Inc. O multivitamínico utilizado foi o Centrum Silver, que era comercializado nos Estados Unidos no início do estudo. Durante todo o período da pesquisa, a Pfizer Consumer Healthcare disponibilizou o produto para a instituição.
A fórmula de Centrum Silver utilizada no estudo foi a mesma durante toda a pesquisa, e atualmente ela não é mais comercializada pela companhia. No Brasil, Centrum Select é a versão formulada especialmente para as necessidades das pessoas com mais de 50 anos. As fórmulas de Centrum comercializadas hoje, em todo o mundo, são fabricadas sob o mesmo conceito científico, para fornecer um suplemento multivitamínico com vitaminas e minerais essenciais nos níveis recomendados para a população a que se destina e considerando os avanços da ciência da Nutrição.
