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Política

ALE debate Campanha de combate à Aids entre as mulheres

A Assembleia Legislativa realizou nesta sexta-feira, 2, uma sessão especial para debater a Campanha de Enfrentamento à Feminização da Aids. Durante o evento, também foi lançado o Projeto Ação Mulher. A sessão foi de iniciativa da Comissão de Educação, Saúde, Cultura e Turismo, que tem como presidente o deputado Judson Cabral (PT), em parceria com o Instituto Feminista Jarede Viana. O presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB), presidiu os trabalhos da Mesa.

De acordo com a coordenadora dos Direitos Humanos do Instituto Feminista Jarede Viana, Ana Pereira, o projeto Ação Mulher consiste numa proposta de enfrentamento a feminização da Aids (Sindrome da Imunodeficiência Adquirida). “Entendemos que para enfrentar a Aids é necessário enfrentar a pobreza, a violência de gênero e ter um olhar especial para as mulheres que estão em situação de maior vulnerabilidade”, informou Ana, citando como exemplo as trabalhadoras do sexo, da população de rua. “Além de mulheres lésbicas, porque pouco se tem conhecimento sobre as práticas sexuais desse seguimento”, informou Ana Pereira, que também integra a Liga Brasileira de Lésbicas.

Ainda segundo ela, neste primeiro momento o projeto está buscando chamar a atenção da sociedade para a problemática da Aids, que tem se proliferado entre as mulheres e jovens, caracterizando-se, principalmente entre as mulheres pobres e moradoras do interior do Estado, como as mais vulneráveis. “Além do lançamento na Assembleia, vamos trabalhar nas feiras livres, começando por Maceió. A proposta é atuarmos em cinco municípios: Maragogi, Delmiro Gouveia, União dos Palmares e Arapiraca, além da capital alagoana”, informou Ana Pereira, acrescentando que esses municípios são os que mais apresentam a incidência da doença no Estado.

O deputado Judson Cabral destacou a importância dos debates. “Está aumentando o número de jovens, principalmente de meninas contaminadas acima dos 14 anos. Foi uma sessão com o objetivo de difundir a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, de aumentar a promoção da saúde e, acima de tudo, trabalhar essa questão da conscientização”, observou o petista.

Segundo Cabral, ao abrir as portas para discutir questões como essas, a Assembleia está cumprindo com seu papel no processo de prevenção. “O Ministério da Saúde tem exaltado isso através de campanhas e nós queremos repercutir todo esse processo, por meio desse engajamento público. Uma das formas de colocarmos isso em prática é abrir as portas do Parlamento para as sessões públicas”, ressaltou o parlamentar.

Para a coordenadora de Saúde da Mulher do município de Maceió, Luzitânia Maria Barros, uma das formas de se combater o avanço da doença no Estado e os danos causados por ela é através de campanhas educativas e ações preventivas, realizadas em conjunto entre as secretarias Municipal e Estadual, com o aval do Ministério da Saúde. “Com as ações, principalmente, entre as gestantes. O pré-natal é o momento em que podemos ter conhecimento do estado sorológico dessas mulheres”, disse, informando que a Secretaria Municipal de Saúde oferece às gestantes, no primeiro e último trimestres da gravidez, exames para HIV.

De acordo com a coordenadora do Programa Estadual DST/Aids, Fátima Rodrigues, é preciso estratégias que venham fortalecer o exercício de cidadania e que toda mulher tenha acesso à saúde, como um direito integral. Questionada sobre quais ações o Estado têm promovido para minimizar o avanço da doença em Alagoas, ela contou que o governo, através da Secretaria da Saúde, realiza a capacitação de profissionais, divulgando ações e trazendo do Ministério da Saúde políticas públicas através de recursos.

Além dos deputados Fernando Toledo e Judson Cabral, a sessão especial contou com a participação da vereadora Tereza Nelma (PSB), Sueli Terezinha, representando a SMS, Alessandra Torres, representando a Secretaria da Mulher, Maria das Dores da Silva, representante da Rede Nacional de Mulheres Soropositivas, Alcione Albuquerque, do Conselho Nacional de serviço Social, e Andréia Pacheco de Mesquita, da Organização de Mulheres Maria Mariah da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).