O setor da construção civil foi o que mais contribuiu com a geração de empregos em 2010
Alagoas apresentou saldo positivo, com a geração de 17.795 postos de trabalho no ano de 2010. Os números foram divulgados na terça-feira (15) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
De acordo com os dados do Caged, os setores de atividades que mais contribuíram para alavancar os postos de trabalho no Estado foram o da construção civil, com um saldo positivo de 7.590 postos; o de serviços e turismo, com 4.931 postos; e o de comércio, com a geração de 4.435 vagas.
O desempenho mostrou ainda, segundo os dados, que Alagoas vem evoluindo gradativamente, ano a ano, na geração de novas vagas.
Para se ter ideia do que representam os números, somente nos três últimos anos, o saldo de Alagoas na relação entre admitidos e demitidos apontados pelo Caged em 2008 foi de de 3.322. Em 2009, esse saldo positivo passou para 7.821 novos empregos, enquanto que em 2010, o fechamento foi de 17.795 empregos gerados.
Para o economista Fábio Guedes, professor da disciplina Economia Brasileira e do Nordeste da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), um dos fatores preponderantes para que a construção civil apareça como carro-chefe do aumento da geração de empregos no Estado em 2010 são programas vinculados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Podemos verificar que nessa área, programas como a pavimertação de rodovias, duplicação e o Minha Casa, Minha Vida, além do Programa de Reconstrução da cidades destreuídas pela enchente do ano passado foram fatores preponderantes para o destaque da construção civil nesses números”, avaliou o economista.
Para Guedes, porém, os maiores empregadores em nível de Alagoas ainda são o setor de serviços, responsável pela geração de cerca de 90 mil postos de trabalho, e o de Comércio, com cerca de 70 mil postos.
Indústria de transformação
Embora tenha apresentado o saldo positivo no acumulado de 2010 na geração de novos postos de trabalho em Alagoas em várias áreas, o Caged mostrou ainda que, por motivos sazonais relativos à atividade sucroalcooleira, em fevereiro deste ano, foram eliminados 488 postos de trabalho, o que representou uma retração de 0,14%.
Mas apesar dessa retração no setor canavieiro, no mês em fevereiro, segundo explica a superintendente de Emprego e Renda da Secretaria de Estado do Trabalho do Emprego e da Renda (Seter), Silvana Figueiredo, a queda no índice de emprego já era esperada nesse setor no período. “Essa retração é normal no mês de fevereiro. Todos os anos isso ocorre, porque coincide justamente com a queda na safra da cana em Alagoas, a chamada sazonalidade”, disse Silvana.
“Para se ter uma ideia, o início da safra ocorre em setembro e termina justamente entre o fim de fevereiro e o início de março, o que explica, por exemplo, o índice de trabalhadores da cana que entram no seguro-desemprego”, completa.
Construção civil absorve mão de obra da cana em Alagoas
Silvana destaca, porém, um fenômeno que tem aumentado a cada ano em Alagoas e que mesmo com a retração de empregos no setor canavieiro, tem gerado um processo de migração intersetorial.
“Existe um processo de migração muito forte da mão de obra da cana de acúcar para a construção civil, principalmente com esse ‘boom’ do setor em Alagoas”, informa Silvana. “Os dados têm mostrado que é mais fácil para o trabalhador da cana migrar para o setor de construção civil do que para atividades na agricultura. Isso porque o trabalho braçal da cana é semelhante ao da construção”, completa a superintendente.
Outro dado fornecido pela superintendente é de que mesmo com a redução de 488 postos de trabalho apresentada em fevereiro deste ano, a série histórica nos números de redução de empregos aponta que este foi o menor índice desde fevereiro de 2003 em Alagoas.
Em fevereiro de 2003, foram menos 15 mil postos de trabalho. Em 2004, menos 4 mil empregos. Já em 2005, o número voltou a crescer negativamente em menos 13 postos de trabalho no Estado. Em 2006, foram menos 11.150, segundo dados do Caged.
Já em fevereiro de 2007, foram menos 10.897 empregos, em 2008 diminuiu para 2.528. Em 2009, voltou a subir para 4.986. Em fevereiro de 2010, o Caged mostrou que o Estado perdeu 11.195 postos. “Agora, em fevereiro de 2011, a retração foi somente de 488 postos, o que demonstra que a construção civil realmente tem alavancado o nível de empregos e feito esse equilíbrio”, destacou Silvana.
