Servidores da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap) participam até esta quinta-feira (30) do Colóquio sobre Módulos de Respeito. O encontro acontece da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e faz parte do treinamento para a implantação do primeiro Módulo de Respeito em Alagoas. Gestores da Agência que administra o sistema penitenciário em Goiás são os facilitadores do evento. Hoje, a partir das 9h, serão ministradas aulas práticas nas instalações do Núcleo Ressocializador da Capital, que se encontra em fase de conclusão das obras.
O Módulo de respeito será implantado no Núcleo Ressocializador da Capital e vai receber presos do sexo masculino que estão no regime fechado. De início, serão 50 e posteriormente 157 vagas. Em seguida, serão construídos mais dois módulos onde se pretende acomodar 300 custodiados. As celas vão comportar no máximo quatro pessoas. Os reeducandos vão desenvolver atividades voltadas para o trabalho, além de educação e lazer.
A metodologia adotada no Módulo será a de capacitar profissionalmente os internos, sem descuidar da segurança. A seleção dos presos será feita pela Gerência com o apoio de psicólogos e assistentes sociais. O preso vai ter a vida analisada levando em conta a questão familiar, o nível de escolaridade e também a aptidão para o trabalho de cada um.
O gerente de ensino da Agência Goiana do Sistema Prisional, Anderson Brasil, apontou o módulo de respeito como uma forma de se cumprir a lei penal. Segundo ele, a experiência goiana que completou três anos, obteve resultados positivos. Todos os reeducandos que entraram para o Módulo, não retornaram ao cárcere. O gerente destacou a estrutura e a participação dos servidores do Núcleo Ressocializador. “Vai dá certo, tem estrutura adequada; os gerentes e servidores estão empenhados. O módulo vai ser um sucesso”, enfatizou Anderson Brasil.
De acordo com a psicóloga do Núcleo Ressocilaizador, Luisa Maria Marques Luz Amorim, o trabalho é importante e necessita de uma parceira entre Estado e sociedade para manter-se. Para ela, o Módulo resgata a dignidade e reconhece os direitos humanos que não podem ser negados aos custodiados. “Os reeducandos também são da sociedade, embora presos eles merecem trabalho e lazer, para que possam ser reinseridos com possibilidade de conseguir trabalho”, destacou Luisa Maria.
Para a gerente geral do Núcleo Ressocilaizador, Fernanda Aranda, a inauguração do Módulo de Respeito é um divisor de águas para a Administração Penitenciária. Ela ressalta a seriedade da prática. “Os reeducandos terão que cumprir regras como se estivessem em casa com sua família, eles estarão em uma comunidade com qualquer outra fora do Sistema Prisional,” afirmou a gerente.
Na opinião do gerente de segurança do Núcleo Ressocializador, Felipe Campos, o módulo de respeito é o sistema mais adequado para resolver o problema carcerário no Brasil não só em Alagoas. Na opinião dele é uma forma de contribuir para a efetiva reintegração social do interno. Ele disse que a experiência passada pelos palestrantes vai evitar problemas no início dos trabalhos.
“Eles implantaram no Estado de Goiás, e já passaram por dificuldades e êxitos e podem nos ajudar a evitar esses percalços”, explicou Felipe. Na opinião do agente penitenciário Alexandre Santos de Oliveira, a iniciativa é um avanço para o Estado e o Sistema Prisional alagoano. Segundo ele, mesmo com a diferença cultural entre Goiás e Alagoas, a prática tem tudo para dá certo. “Estou ansioso pra ver na prática tudo que estamos vendo aqui nas palestras” ressaltou o agente.
O evento é ministrado por representantes da Agência Goiana do Sistema Prisional: a gerente de Reintegração Social, Marly Quermes, o gerente de Ensino, Anderson Brasil, a coordenadora educacional, Marlana Martins e o coordenador do Módulo de Respeito, AB Shouzo.