Após horas de uma cirurgia de Alta Complexidade sem intercorrências, realizada nesta quarta-feira (2), na Santa Casa de Maceió, o aposentado José Abílio Pereira Silva, de 68 anos, foi o quinto alagoano contemplado com um transplante de fígado realizado este ano no estado. Custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o procedimento está liberado em Alagoas desde abril de 2020, quando o Ministério da Saúde (MS) expediu a habilitação oficialmente, após solicitação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
José Abílio Pereira Silva aguardava o transplante de fígado há quase um ano, quando ingressou na fila de espera da Central de Transplante de Alagoas, após ser diagnosticado com ascite refratária, cirrose hepática e hepatite B. O mais novo transplantado de Alagoas encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Maceió, em plena recuperação.
A lista de transplantes é única, tem ordem cronológica de inscrição e os receptores são selecionados para receber os órgãos em função da gravidade ou compatibilidade sanguínea e genética com o doador. O fígado recebido pelo alagoano era de um doador de apenas 17 anos, natural da cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, que foi vítima de um acidente de trânsito, teve morte encefálica e autorização da família para a doação, após realizados todos os protocolos clínicos preconizados.
O secretário de Saúde do Estado, médico Gustavo Pontes de Miranda, comemorou a realização de mais um transplante de fígado realizado no Estado. “Realizamos o quinto transplante de fígado desde maio de 2021 e não vamos medir esforços para proporcionar o aumento das doações de órgãos no nosso Estado. Cada alagoano é importante e nosso objetivo é ampliar as ações educativas para vê-los deixar a fila de espera, possibilitando que tenham uma nova chance de vida, por meio do transplante de órgãos”, enfatizou o gestor da saúde estadual.
Fila de Espera
Atualmente, Alagoas possui 509 pessoas na fila de espera por um transplante, sendo 453 de córnea, 48 de rim, seis fígado e dois de coração. Neste ano, o Estado já realizou 51 transplantes, sendo 44 córneas, cinco fígados e dois rins, conforme dados da Central de Transplantes de Alagoas.
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, ressaltou a importância dos doadores avisarem os familiares do desejo da doação, uma vez que só eles podem autorizar a captação dos órgãos.
“Precisamos conscientizar as pessoas porque a doação de órgãos é um ato de amor, que salva vidas, e necessitamos conversar com nossos familiares sobre a intenção de salvar vidas, mesmo após a nossa morte. Inevitavelmente ela vai ocorrer e, se podermos deixar um pedacinho nosso fazendo a diferença na vida de alguém, porque não falarmos sobre este assunto? Então, converse com seus familiares e os conscientize sobre o assunto, esclareça as dúvidas e se declare um doador de órgãos, pois só os integrantes da família podem autorizar a doação”, orientou Daniela Ramos.