Uma nova ferramenta para atuar no problema das enchentes começa a ser construído em Alagoas e Pernambuco. Técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) estiveram em Alagoas nesta terça (31) e quarta-feira (1º) para discutir a contribuição dos estados nordestinos para o Atlas de Vulnerabilidade a Inundações que deverá ser publicado até o fim deste ano. O documento permitirá definir os pontos mais críticos através de um mapeamento e possibilitar um plano de ação para atuar na solução dos problemas.
Os técnicos da ANA foram recebidos pelo secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Ivã Vilela. No encontro foram realizadas apresentações sobre o Atlas de Vulnerabilidade a Inundações e sobre a Sala de Situação, localizada em Brasília. Já os técnicos alagoanos apresentaram o andamento das atividades da Sala de Alerta em Alagoas. Por fim, foi discutida a metodologia para construção dos dados de Alagoas para o documento.
Com suas Salas de Alerta já inauguradas, Pernambuco e Alagoas já possuem dados adiantados sobre essas áreas e devem antecipar a apresentação dos seus dados. De acordo com o Diretor de Planejamento da ANA, Dalvino Franca, independente da publicação impressa do Atlas de Vulnerabilidade a Inundações, as informações das áreas serão disponibilizadas previamente tanto no site da Agência Nacional de Águas quanto nos endereços virtuais dos órgãos estaduais.
Segundo Dalvino Franca, os trabalhos para a construção do Atlas de Vulnerabilidade a Inundações começarão principalmente nos estados atingidos pelas enchentes, como foi o caso de Pernambuco e Alagoas, assim com Santa Catarina e Maranhão. A ANA iniciou um processo de investimentos, em parceria com os governos estaduais, para estruturar a Rede de Monitoramento Hidrometeorológico. Em Alagoas, a iniciativa já trouxe resultados como a Sala de Alerta e as Plataformas de Coleta de Dados.
“Com a consolidação do Atlas de Vulnerabilidade a Inundações, poderemos definir ações estruturantes e não estruturantes para todos os estados no sentido de evitarmos ou minimizarmos diversos problemas. Seja através de fortalecimento das equipes técnicas ou de grandes obras, como a construção de barragens de contenção. Estabelecemos um prazo de seis meses para a conclusão deste documento, mas quando concluídos os primeiros estudos já estaremos disponibilizando para que já ocorra uma atuação imediata”, explicou o diretor Dalvino Franca.
A cooperação técnica entre Semarh e ANA vem consolidando a Rede de Monitoramento Hidrometeorológico, que já atua nas bacias hidrográficas dos rios Mundaú e Paraíba, realizando o acompanhamento dos níveis dos rios e da quantidade de chuvas em tempo real, durante 24 horas. A expectativa é de que nos próximos dois anos, todas as bacias sejam contempladas pelo sistema. Outra medida importante é que está prevista a construção de quatro barragens de contenção em Alagoas.
A informação foi dada pelo secretário de Estado Ivã Vilela. “Estamos conseguindo os recursos junto à ANA e ao Ministério da Integração para construção de quatro barragens em Alagoas. Sendo duas na bacia do Rio Mundaú e duas na bacia do Rio Paraíba, principais regiões atingidas pelas enchentes de 2010. Elas ajudarão a conter um possível grande volume de água, que será liberado gradativamente para não afetar as cidades”.
Ainda de acordo com o secretário Ivã Vilela, os estudos de Alagoas que irão compor o Atlas de Vulnerabilidade a Inundações devem ficar prontos em aproximadamente 30 dias. “Trata-se de estudos que a equipe técnica da Semarh já vinha desenvolvendo com dados colhidos no ano passado, com a ajuda da CPRM [Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais] e outras instituições, e também de informações que estão sendo geradas por nossa Sala de Alerta. Acredito que no fim de junho ou no começo de julho estaremos repassando esses dados para a ANA”.
O Atlas de Vulnerabilidade a Inundações está sendo construído pela Agência Nacional de Águas, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, e além das parcerias estaduais, conta ainda com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da CPRM, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Alagoas, a parceria conta ainda com a Defesa Civil Estadual, as Coordenadorias Municipais de Defesa Civil, o Intituto do Meio Ambiente (IMA), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
Informações sobre o nível de elevação dos rios brasileiros já podem ser conferidos através do site www.ana.gov.br/telemetria, inclusive rios em território alagoano, como o Mundaú e o Paraíba. Dados sobre previsão meteorológica podem ser conferidos diariamente na página www.semarh.al.gov.br e mais informações podem ser obtidas através do perfil no Twitter @semarh_al.