Assim como nas outras áreas, Alagoas também avançou nos programas destinados à agricultura nos últimos quatro anos. Um dos melhores exemplos no setor ocorreu quando o Estado obteve o certificado de zona de risco médio da febre aftosa, depois de 10 anos na zona de risco desconhecido. A mudança aconteceu em abril de 2009 e recolocou o gado alagoano no mercado nacional.
Na ocasião, o então ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, declarou que a atuação eficiente do serviço sanitário estadual, coordenado pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), foi fundamental para a conquista.
Stephanes declarou ainda, na época, que Alagoas caminha para atingir o status de livre de febre aftosa com a vacinação. Para comemorar a data, o governador Teotonio Vilela participou de uma cerimônia, em Penedo em agosto de 2009. Foi no município que, em 1999, aconteceu o último caso da doença no Estado.
Aplicada a cada seis meses, a vacina antiaftosa tem sido um dos principais meios de manter os animais protegidos contra a febre aftosa. Altamente contagiosa, a doença atinge animais de cascos bipartidos e é responsável por enormes prejuízos econômicos
Nesse processo vital para a economia do Estado, assim como a vacinação, a declaração também é obrigatória. Além de pagar multa, quem deixar de fazê-la não poderá retirar a Guia de Trânsito Animal (GTA) e fica impedido de transitar ou comercializar os animais. “A campanha é composta de duas fases: a vacinação e a declaração. Quem vacina e não declara também é considerado inadimplente”, explica a diretora-técnica da Adeal, Rosângela Albuquerque.
A declaração é importante, pois é através dela que a Adeal pode quantificar os animais vacinados e identificar os criadores que deixaram de cumprir a etapa. Para fazê-la, basta levar a nota fiscal de compra da vacina ao escritório da Adeal onde a propriedade seja cadastrada.
Ao declarar, os criadores devem atualizar o cadastro agropecuário. CPF, identidade e comprovante de residência são os documentos exigidos para a atualização.
Índices de vacinação melhoram ano a ano
Para ratificar o compromisso do Governo com a causa, em 2007, por exemplo, a cobertura vacinal atingiu um percentual de 93,21% no rebanho de mais de 1 milhão de cabeças. Em 2008, o percentual evoluiu para 94%. No seguinte, 2009, o percentual atingiu 95,13%.
Em 2010, os números ainda estão sendo fechados, mas a expectativa é superar os índices dos anos anteriores. Numa contagem parcial deste ano, mostrou que em maio o rebanho existente era de 1.182.998; foram vacinados 1.139.448, revelando um percentual vacinado de 96,32%.
Genética do gado torna-se referência nacional
Nesses quatro anos, foram desenvolvidos programas de melhoramento genético, tradição dos criadores e características naturais que lançam Alagoas como referência nacional em qualidade genética de rebanho bovino. O fato fez o Estado conquistar atenção dos criadores de todos os cantos do Brasil.
“A qualidade do rebanho alagoano é uma referência nacional para todos os criadores. Uma das missões do Governo, além de incentivar e dar todo o apoio necessário, é apoiar eventos que deem aos criadores alagoanos condições de comercialização, como temos feito”, assinalou o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), Jorge Dantas.
Agricultura familiar: mais avanços e investimentos
Os investimentos na agricultura familiar em Alagoas no ano de 2010 foram superiores aos de 2007, devido principalmente ao lançamento e execução de novos programas, parcerias com entidades, diálogo com os movimentos sociais, atendimento às necessidades e convênios com o governo federal. Este ano, o orçamento destinado ao setor foi de mais de R$ 103 milhões, enquanto em 2007 o orçamento para a agricultura familiar foi de R$ 39 milhões.
Com todos esses recursos, foram implementados programas de inclusão produtiva para os agricultores em situação mais crítica, a exemplo do projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais).
Outro programa de inclusão produtiva é o Alagoas Mais Ovinos, desenvolvido como parte das ações do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ovinocaprinocultura no Sertão, em parceria com a Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Alagoas (Accoal).
Até agora, quase 2 mil animais já foram repassados aos agricultores cadastrados pelo APL e pelas prefeituras, por meio de um contrato de empréstimo. No total, mais de 5 mil animais serão repassados para geração de renda, ocupação e fortalecimento da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura, beneficiando 750 famílias.
As famílias cadastradas têm por obrigação devolver um animal por ano após um período de carência de dois anos. Elas também vão receber assistência técnica específica, orientação sobre manejo adequado e formação de banco de forragens.
Vale salientar, como um dos programas de apoio à comercialização, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Compra Direta Local com Doação Simultânea, que já está sendo executado em 13 municípios. Segundo o coordenador Josemário de Medeiros, a previsão é que em janeiro ele já esteja em 30 municípios.