O milho verde é cultivado o ano inteiro nos perímetros públicos de irrigação do Governo do Estado de Sergipe, mas nas festas juninas ganha um destaque especial na cozinha, devido à grande demanda pelo incremento no consumo in natura cozido ou assado, servindo de base para a canjica, pamonha e bolos, o que leva também ao aumento na produção.
Segundo dados da Companhia de Desenvolvimento de Recurso Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em quatro dos seus seis perímetros irrigados – Califórnia, Jacarecica I, Jacarecica II e Piauí – são esperados 2.847.200 de espigas colhidas até o final de junho. A Califórnia, situado em Canindé de São Francisco, é onde está sendo aguardada a maior colheita com 1.158.000 espigas para o período junino.
O secretário de estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, está otimista com a produção de milho verde nas áreas irrigadas que, segundo ele, somada à produção para forragem e para comercialização do grão, consolida o cultivo de milho em Sergipe. “Estamos vivendo dois momentos importantes: o da colheita do milho verde para os festejos juninos, com safra superior ao ano passado; e outro momento de início do plantio para produção do grão nas áreas de sequeiro, com estimativa superior a 740 mil toneladas. A consolidação dessa cultura é resultado do esforço dos produtores na aplicação correta das tecnologias e o apoio decisivo do Governo Estadual para os pequenos, médios e grandes produtores”, destaca o secretário.
O diretor-presidente da Cohidro, Paulo Sobral, ratifica o otimismo na produção de milho verde nos perímetros irrigados administrados pela empresa pública. “Mesmo com alta nos preços dos insumos, a expectativa do irrigante é a de que estas festas juninas superem, em muito, as dos dois anos anteriores, quando tinha o isolamento social da pandemia. Por isso que a nossa estimativa de produção de espigas para as festas deste ano supera em torno de 300 mil unidades à colheita de 2021”, reforça.
O presidente ainda informa que, caso as espigas não sejam comercializadas, não há perdas nas lavouras de milho. “Se não vender as espigas, o irrigante tem comércio para vender a produção e forma de forragem para a pecuária ou então produzir o milho em grão, que também está com um preço ótimo de mercado. A Cohidro fornece água de irrigação e assistência técnica, o que reduz os custos de produção para este agricultor”, concluiu Paulo Sobral.
Um dos exemplos de boa colheita vem do agricultor Jackson Simões Fontes, do Perímetro Irrigado Piauí, município de Lagarto. Ele é filho de agricultores e sempre trabalhou com o cultivo irrigado. Hoje, em sua terra, tem reservadas duas tarefas exclusivas para o milho verde.
“A colheita de milho e amendoim é certa todos os anos. Ano passado colhi 7 mil espigas, e agora em 2022 ano estou fazendo experiência com duas variedades diferentes e espero colher, no mínimo, 10 mil espigas. Também tenho uma tarefa de amendoim”, diz o produtor.
O gerente do perímetro Piauí mantido pela Cohidro, Gildo Almeida, ainda informou que a previsão do ano atual para todo o perímetro é produzir 579 mil espigas, numa área equivalente a 18,1 hectares.