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Esporte

África do Sul vence a França, mas ambas “morrem” abraçadas

Gourcuff, da

O selecionado da África do Sul venceu a França por 2 a 1 nesta terça-feira, em Bloemfontein, mas não conseguiu se classificar para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2010. Os Bafana Bafana, comandada pelo brasileiro Carlos Alberto Parreira, são a primeira seleção anfitriã que deixa o Mundial na fase de grupos, feito inédito na história das Copas.

Com o resultado, sul-africanos e franceses, deixaram a Copa. Uruguai e México avançaram para as oitavas de final da competição.

CLIMA DECISIVO NO TÚNEL

Perfilados no túnel que dá acesso ao gramado do Free State, franceses e sul-africanos estampavam no semblante o clima do confronto. Em situação complicadíssima no Grupo A, os rivais extravasaram de maneira distinta a tensão. Os Bafana Bafana optaram pela cantoria, enquanto os Bleus, não pronunciavam uma palavra sequer. A seriedade tomou conta da França.

Para ainda sonhar com as oitavas de final da Copa do Mundo, ambas as seleções torciam para que não houvesse vencedor na partida entre México e Uruguai, para aí sim, tentar reverter o saldo de gols necessários. A África do Sul carregava o fardo de se tornar o primeiro país a sediar o Mundial eliminado na primeira fase. Em contrapartida, a França poderia repetir o vexame de 2002, na Alemanha, onde fora eliminada ainda na fase de grupos.

PRIMEIRO TEMPO ARRASADOR DOS BAFANAS

Repleta de problemas e com um time totalmente diferente das primeiras rodadas, a seleção da França não se encontrou em meio ao turbilhão de acontecimentos ruins que foram a marca do país nesta Copa. Problemas estes, refletidos dentro de campo. Desorganizada, a equipe de Domenech não ofereceu perigo aos anfitriões na etapa inicial. O jogo começou muito nervoso, mas logo na primeira chance criada pelos Bafanas, a Jabulani entrou.

Aos 20 minutos, Tshabalala cobrou escanteio para Khumalo subir nas costas de Diaby e empurrar para o gol vazio do perdido Lloris, que ao sair mal, nada pôde fazer com o desvio do sul-africano. Cinco minutos depois, outra razão para os franceses se desesperarem: Gourcuff disputa no alto com Sibaya atingindo o rosto do Bafana com o cotovelo, Oscar Ruiz entendeu o ato como intencional e aplicou o cartão vermelho no camisa 8.

Para piorar, aos 37 a África do Sul ampliou. Melhor postada em campo e com um homem a mais, o time comandado por Parreira aumentou a pressão. Masilela chutou cruzado e, no bate e rebate, Mphela empurrou para o fundo da rede. A anfitriã ainda teve um gol anulado. Pienaar lançou para Parker, impedido, que de primeira, marcou um golaço, mas não valeu.

BOA NOTÍCIA PARA A ÁFRICA NO INTERVALO

Ao descer para os vestiários, a África do Sul recebeu uma excelente informação. Em Rustemburgo, o Uruguai vencia o México por 1 a 0. Agora os Bafana Bafana precisavam tirar um saldo de dois gols, já que os mexicanos computavam saldo de um positivo, enquanto eles estavam com um negativo.

EM BUSCA DAS OITAVAS

Sabendo da necessidade de ampliar, a África do Sul voltou para o segundo tempo e quase marcou o terceiro. Logo aos cinco minutos, Tshabalala serviu Mphela que acertou a trave esquerda de Lloris. As vuvuzelas voltaram com força total no Free State.

MALOUDA DEIXA O SONHO MAIS DISTANTE

A França começou a esboçar uma reação na etapa final aproveitando o desespero e os espaços deixados pelos sul-africanos que visavam à classificação. E foi assim, em um contra-ataque, que Malouda jogou um balde de água fria na torcida. Após bela triangulação, Ribéry deixou o jogador do Chelsea livre para empurrar a bola para o fundo do gol, 2 a 1 no Free State.

O que era possível na metade da partida se tornou praticamente impossível com o gol de Malouda. A África do Sul sentiu o baque e não conseguiu assimilar o golpe. A determinação embalada pelas vuvuzelas foi notada, mas não fora suficiente.

FICHA TÉCNICA:
FRANÇA 1 X 2 ÁFRICA DO SUL

Estádio: Free State, Bloemfontein (AFS)
Data/hora: 22/06/2010 – 11h (de Brasília)
Árbitro: Oscar Ruiz (COL)
Auxiliares: Abraham Gonzalez (COL) e Humberto Clavijo (COL)
Público:
Cartões amarelos: Diaby (FRA)
Cartões vermelhos: Gourcuff, 25’/1°T (FRA)
Gols: Malouda, 25’/2°T (1-2); Khumalo, 20’/1°T (0-1), Mphela, 37’/1ºT (0-2)

FRANÇA: Lloris, Sagna, Gallas, Squillaci e Clichy; Alou Diarra (Govou, 36’/2°T), Diaby, Gignac (Malouda, intervalo), Ribéry e Gourcuff; Cissé (Henry, 10’/2ºT). Técnico: Raymond Domenech.

ÁFRICA DO SUL: Josephs, Ngcongca (Gaxa, 12’/2°T), Mokoena, Khumalo e Masilela; Sibaya, Khuboni (Modise, 32’/2°T), Pienaar e Tshabalala; Mphela e Parker (Nomvethe, 23’/2°T). Técnico: Carlos Alberto Parreira.