O ano de 2011 é considerado promissor pela equipe de crédito da Agência de Fomento de Alagoas (Afal), que passou as últimas semanas de dezembro liberando os empréstimos das operações de crédito dos novos clientes da instituição. Foram 24 novos empreendimentos beneficiados com recursos, para investimento fixo e capital de giro, resultando em R$ 144 mil em empréstimos liberados. As operações foram realizadas por meio da nova linha Crédito Competitivo, que atende micro e pequenas empresas (MPEs) e o público do MEI (micro empreendedor individual), com crédito produtivo de até R$ 50 mil por operação.
“Com as operações de crédito iniciadas a partir de março, 2010 foi importante para consolidar a Agência junto aos micro e pequenos empreendedores alagoanos. Hoje, possuímos uma carteira com trinta clientes, envolvendo uma associação de costureiras de Pindorama, empreendedores individuais e MPEs”, avaliou o economista Fábio Leão, diretor de Desenvolvimento e Projetos da Afal. Ele acrescenta que entre novos e antigos clientes foram liberados até dezembro um total de R$ 207.063,66 em operações de crédito no 1º piso (diretamente ao cliente).
Outras operações realizadas em 2010 foram no 2º piso, ou seja, com o repasse de recursos na ordem de R$ 7 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), por meio de edital público de apoio às Instituições Microfinanceiras (IMFs) que trabalham com o microcrédito produtivo. Entre as instituições que foram contempladas estão a Cooperativa de Crédito Rural do Agreste Central Alagoano (Coopcral), Cooperativa de Crédito Rural do Sertão Alagoano (Cocreal), Cooperativa de Crédito Rural do Agreste Alagoano (Cooperagre), Fundo para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fundaf), entre outras.
Linhas – Com o objetivo de apoiar as políticas públicas governamentais, a Afal oferece atualmente cinco linhas de crédito: a linha para apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APLs); a Central de Autônomos, direcionada para microempreendedores do programa específico da Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda (Seter); Compras Governamentais, para atender as necessidades das MPEs fornecedoras exclusivamente alagoanas, que tenham recursos a receber através de licitações públicas do Estado; Força Cooperativa de Crédito, com repasse de crédito direcionado a empreendedores ligados às cooperativas de crédito, e a linha Crédito Competitivo.
“Fechamos o ano com um aumento significativo de clientes que aderiram à nova linha Afal Crédito Competitivo. As projeções para 2011 são otimistas, pois daremos continuidade ao programa PJ Parceria, envolvendo 13 municípios alagoanos, e possibilitando que a Afal chegue mais perto dos empreendedores das várias regiões do Estado, por meio de uma rede de parceiros jurídicos, como a Federação do Comércio (Fecomércio), cooperativas, associações, entre outros, que vão funcionar como pontos de atendimento ao cliente”, explicou Fábio Leão.
Clientes – A linha Afal Crédito Competitivo, lançada a partir de outubro, vem atraindo empreendedores que estão saindo da informalidade e aderindo ao programa Empreendedor Individual (EI). Grande parte dos novos clientes é comerciante do segmento de confecções e mercadinhos, com estabelecimentos em Maceió, Rio Largo e Coruripe, como a microempreendedora Clara da Silva Gomes, que trabalha no comércio varejista de vestuário, perfumaria e acessórios.
Ela conta que fez vários cursos no Sebrae e, depois da formalização no Programa do Empreendedor Individual, resolveu partir para o seu primeiro empréstimo na Afal. “Com os R$ 5 mil do empréstimo junto à Afal vou investir na diversificação do estoque e na melhoria de meu ponto, que fica no bairro do Tabuleiro, em Maceió”.
Diferente da maioria dos clientes que atuam no comércio varejista, a agricultora Maria das Dores Oliveira da Silva, de Coruripe, junto com o filho
Ademir, fez um empréstimo de R$ 12 mil que será usado para a compra de estoque de ração para a sua produção de alevinos, que são criados em tanques espalhados por sua propriedade. Dona Dodô, que cria tambaquis, disse que com estoque garantido ela terá mais lucro durante o ano e condições de produzir melhor os peixes, que já têm destino certo para a venda.
Metas – O diretor da Afal diz que a meta para 2011 é a realização de cerca de 150 novos contratos em operações de crédito no 1º piso, com um aporte de R$ 500 mil. Nas operações de 2º piso, a meta é a realização de 250 contratos, com um aporte de recursos da ordem de R$ R$ 1 milhão. “Além do comércio, pretendemos reforçar o crédito para as pequenas indústrias e agronegócios. Vamos também começar a trabalhar diretamente com empreendedores das regiões atingidas pela enchente de junho”, afirma Fábio Leão.
Edital – O lançamento do edital de apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Baixa Renda, com a destinação de R$ 5 milhões, recursos não reembolsáveis provenientes do BNDES e do Governo do Estado, oriundos do Fecoep, é uma das ações para este início de 2011. Segundo Fábio Leão, a expectativa é que este edital se transforme em um programa, a exemplo do que já acontece em outros estados, como o Ceará, que já está no terceiro edital de apoio aos Arranjos de Baixa Renda.
“A data para o lançamento do edital, que estava previsto para ser lançado ainda no mês de dezembro de 2010, foi adiado para o início deste ano, o que está dependendo da agenda do governador Teotonio Vilela e da presidência do BNDES”.
Fecoep- O diretor da Afal também ressaltou a importância da prorrogação, por tempo indeterminado, do Fecoep. De acordo com a Lei nº 7.224/10, de iniciativa do Poder Executivo, o Fundo vai vigorar ‘enquanto subsistir a necessidade social da aplicação dos recursos’. O Fecoep recebe 2% da alíquota do ICMS cobrado sobre produtos considerados supérfluos.
“O Fundo é fundamental para a execução de projetos de inclusão produtivo e social e que estão sendo tocados pela Afal, a exemplo do Programa Alagoas Cidadã, cuja meta é levar cidadania e educação financeira para a inclusão socioeconômica da população de baixa renda. A Afal vem trabalhando hoje com cerca de 10 projetos na área de fomento à economia alagoana, e conta com o apoio de parceiros nacionais e internacionais”, destacou Fábio Leão.